• Brésil : Nouvelle offensive de l’extrême droite contre les droits des femmes

    Après avoir subi une défaite publique retentissante avec le projet de loi connu sous le nom de “PL Antiaborto por Estupro” (projet de loi anti-avortement en cas de viol), les députés de l’extrême droite conservatrice brésilienne ont réajusté leur stratégie : désormais, la cible est le professionnel de santé qui pratique l’avortement légal, et non plus la femme victime de viol. L’objectif est de faire avancer cette régression par des moyens détournés, en criminalisant les médecins et en créant un climat de peur et de persécution institutionnalisée à l’encontre de ceux qui défendent la santé publique et les droits des femmes.

    https://entreleslignesentrelesmots.wordpress.com/2024/08/20/le-plan-de-la-vague-reactionnaire-pour-mettre-fin-aux-droits-sexuels-et-reproductifs/#comment-66677

    #feminisme #brésil #extremedroite #avortement

  • Por que Basaglia, por que agora? - Le Monde Diplomatique
    https://diplomatique.org.br/por-que-basaglia-por-que-agora

    19.8.2024 Maira Oliveira - Em 2024, comemoramos o centenário de Franco Basaglia. Sua presença no Brasil deixou ecos permanentes, auxiliando nas denúncias de violações de direitos humanos e no surgimento do Movimento da Luta Antimanicomial

    A pergunta que nos direciona aqui no presente texto é inspirada na tese de doutorado “Por que Fanon, por que agora?” do professor Dr. Deivison Faustino, que discute os diferentes caminhos, usos e apropriações do pensamento de Frantz Fanon no Brasil. O pesquisador argumenta que o legado do autor está sendo reivindicado de maneira diversa por vertentes teóricas distintas e, por vezes, conflitantes.

    Posso dizer que a tese de Faustino é leitura obrigatória para os estudiosos, críticos e intelectuais do campo da saúde coletiva e da saúde mental. No meu caso, ela conduz para a encruzilhada, provocando inquietações e provocações que são atualizadas a cada encontro. Fanon, um psiquiatra revolucionário inquieto, rompeu com a institucionalidade manicomial e localizou a psiquiatria como um dos saberes, poderes e práticas de perpetuação do colonialismo. Apesar do seu precioso legado, Fanon nos deixou aos 36 anos, em 1961.

    Mas, qual a relação de Frantz Fanon com Franco Basaglia? É nessa encruzilhada que vou seguir a direção do nosso diálogo. Tarefa nada simples para quem precisa partir de rastros e “restos” escondidos nos escombros coloniais para desvelar um encontro entre dois psiquiatras revolucionários e que possuem um lugar importante para a Reforma Psiquiátrica e a Luta Antimanicomial brasileira.

    No dia 16 de agosto de 2024, tive a oportunidade de participar da banca de defesa de doutorado de Priscilla Santos de Souza, que apresentou o seguinte trabalho: “Traços, restos e laços de Frantz Fanon: contribuições clínicas emancipatórias e anticolonialistas à psicanálise”. Em sua pesquisa, é possível notar o seu brilhantismo e o ineditismo que se exige de uma tese de doutoramento. A pesquisadora, impulsionada por um rigor teórico-metodológico, inspirada nas experiências de mulheres negras e tecida na delicadeza ancestral, retira dos escombros coloniais argelinos os “restos” de casos clínicos atendidos por Frantz Fanon.

    Priscilla de Souza convoca para a gira literária a pensadora Lélia Gonzalez, nos fazendo rememorar o lugar que foi destinado aos negros: o lixo! E, “o lixo vai falar, e numa boa!” (Gonzalez, 1983). Os “restos” – que pouco ou nada importam – podem revelar memórias, afetos, afetações, disputas, teorias e inúmeras questões que os detentores das narrativas universalizantes desejam que fiquem esquecidos e não lembrados. Afinal, a quem interessa os “restos”, não é?! Posso dizer, que assim como a brilhante e mais recente doutora, persigo os “restos” fanonianos e os utilizo para apontar sobre a urgência de pensarmos uma saúde mental antirracista.

    https://diplomatique.org.br/wp-content/uploads/2024/08/02_Frantz-Fanon-lors-dune-conference-de-presse-du-Congres-des-ecriv
    Frantz Fanon, é leitura obrigatória hoje para aqueles que desejam conhecer o debate da saúde mental em uma perspectiva antirracista, anticolonial e antimanicomial. Entretanto, não é possível trazê-lo desacompanhado do italiano Franco Basaglia, principalmente para dialogarmos com o campo da saúde coletiva, da saúde mental e da Reforma Psiquiátrica brasileira, devido a sua forte influência como inspiração e referência. Esse encontro entre dois baluartes de um outro fazer e pensar na/para saúde mental segue sendo retirado dos escombros coloniais. Por aqui, estamos persistindo nos lastros e “restos” para viabilizar uma aproximação entre suas experiências.
    Frantz Fanon foi um psiquiatra que trouxe para debate a saúde mental em uma perspectiva antirracista, anticolonial e antimanicomial
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    Foto: Domínio Público

    Apesar de Basaglia ser bastante conhecido em terras pindorâmicas pela sua importância na construção da Reforma Psiquiátrica Italiana, por suas visitas ao Brasil e pela crítica ao comparar o Hospital Colônia de Barbacena ao Holocausto Nazista, é necessário retomarmos sua práxis e legado intelectual e político. Temos importantes intérpretes que assumiram a tarefa de tradução, sistematização e análise das experiências protagonizadas por Basaglia, assim como permanecem como memórias vivas desse legado e, aqui, podemos destacar: Fernanda Nicácio, Paulo Amarante, Ernesto Venturini, Maria Stella Brandão Goulart, Diva Moreira, Sônia Barros e Denise Dias Barros.

    Em 2024, comemoramos o centenário de Franco Basaglia, momento pertinente para ressaltar a importância da sua trajetória, da necessidade de retomar seus escritos e inspirar-nos em sua práxis. Primeiramente destacamos sobre a importância de Basaglia, não somente enquanto pessoa, mas como representação de um coletivo – diverso e plural – que era o Movimento Democrático Italiano. Apesar da sua liderança e destaque na cena política, ele não caminhava sozinho. Inclusive, vale dizer que Franca Ongaro Basaglia, sua companheira de vida e militância, escreveu e compartilhou muitos dos seus escritos e precisa ser mais bem conhecida e aqui destacamos os apontamentos já em desenvolvimento pela professora Melissa de Oliveira (Pereira, 2024).

    Em segundo, retomar o pensamento de Basaglia e seu legado intelectual é primordial para identificarmos as influências filosóficas, clínicas e políticas que atravessaram seu percurso e seguem fazendo eco no território brasileiro. A tese de Daniela Albrecht, “Movimentos contra os manicômios e lutas de classes no Brasil e na Itália: um estudo sobre consciência e estratégia”, apresenta a influência marxista e a trajetória de Basaglia no Partido Comunista Italiano. Além disso, não podemos deixar de destacar a importância de Sartre, Merleau-Ponty, Goffman, Foucault, Fanon e outros pensadores para Franco Basaglia.

    Um terceiro ponto, é ressaltar o legado de uma prática que não só transformou a legislação e colocou fim aos manicômios na Itália, mas que modificou vidas e comunidades. Não foi apenas encerrar uma instituição e, sim, realizar mudanças significativas nas formas de lidar com as diferenças e possibilitar novas maneiras de manter-se em relação. Basaglia entendia a dialética entre a micropolítica e a macropolítica. A crítica ao manicômio não se limitava a essa instituição, mas as diversas formas de controle, subjugação e violência que são fundamentais para a reprodução da sociedade capitalista.

    E, por fim, é necessário rememorar a importância das vindas de Franco Basaglia ao Brasil. Sua presença deixou ecos permanentes, auxiliando nas denúncias de violações de direitos humanos e no surgimento, posterior, do Movimento da Luta Antimanicomial. Entretanto, é preciso retomar um aprendizado importante deixado pelo psiquiatra revolucionário: “não sei qual é a técnica que servirá para a destruição dos manicômios brasileiros. Não será inglesa, francesa, italiana, muito menos americana. Será uma técnica brasileira. É disto que o Brasil precisa” (Basaglia, 1979, p. 48). Portanto, seguindo os apontamentos do próprio Basaglia, é preciso trazer a memória aquilo que sabemos produzir na Améfrica Ladina, ou seja, a pedagogia da loucura (Correia, 2019), a aquilombação (David, 2024), dentre outras inúmeras práticas e experiências que demonstram nossa rebeldia.

    https://diplomatique.org.br/wp-content/uploads/2024/08/1979_-_BasagliaFoto800.jpg
    Em 2024 é comemorado o centenário de Franco Basagliam .
    Créditos: Harald Bischoff

    É tempo de reencantamento da Reforma Psiquiátrica e da Luta Antimanicomial brasileira e, para isso, é necessário rememorar a rebeldia incansável, as primorosas invenções e as diversas conexões de Franco Basaglia. Longe de idealizações e armadilhas da desumanização que podem nos ocorrer, torna-se necessário afirmar a sua humanidade e princípio basilar: a defesa da vida. Assim como Basaglia, seguimos insistindo na luta por uma sociedade sem manicômios, já que “a liberdade é uma luta constante” (Davis, 2018).

    Rachel Gouveia Passos é Pós-Doutora em Direito na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro e autora e organizadora de algumas obras sobre saúde mental e as relações de gênero, raça e classe.

    #auf_deutsch

    Warum Basaglia, warum jetzt?

    19.8.2024 Maira Oliveira - Im Jahr 2024 begehen wir den hundertsten Geburtstag von Franco Basaglia. Seine Anwesenheit in Brasilien hinterließ einen bleibenden Nachhall und trug dazu bei, Menschenrechtsverletzungen und die Entstehung der Bewegung gegen die Psychiatriekliniken anzuprangern.

    Die Frage, die uns hier in diesem Text leitet, ist inspiriert von der Doktorarbeit „Warum Fanon, warum jetzt?“ von Professor Dr. Deivison Faustino, die die verschiedenen Wege, Verwendungen und Aneignungen des Denkens von Frantz Fanon in Brasilien diskutiert.
    https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/7123
    Der Forscher argumentiert, dass das Erbe des Autors auf unterschiedliche Weise von verschiedenen und manchmal widersprüchlichen theoretischen Strömungen beansprucht wird.

    Ich kann sagen, dass Faustinos These eine Pflichtlektüre für Wissenschaftler, Kritiker und Intellektuelle im Bereich der kollektiven Gesundheit und der psychischen Gesundheit ist. In meinem Fall führt sie mich an den Scheideweg und wirft Fragen und Provokationen auf, die bei jeder Begegnung aktualisiert werden. Fanon, ein rastloser revolutionärer Psychiater, brach mit dem Institutionalismus der Psychiatrieklinik und identifizierte die Psychiatrie als eine der Wissenschaften, Mächte und Praktiken, die den Kolonialismus aufrechterhalten. Trotz seines wertvollen Vermächtnisses hat uns Fanon 1961 im Alter von 36 Jahren verlassen.

    Doch in welcher Beziehung stehen Frantz Fanon und Franco Basaglia zueinander? An diesem Scheideweg werde ich die Richtung unseres Dialogs festlegen. Keine einfache Aufgabe für jemanden, der von den Spuren und „Überresten“ ausgehen muss, die in den kolonialen Trümmern verborgen sind, um eine Begegnung zwischen zwei revolutionären Psychiatern zu enthüllen, die einen wichtigen Platz in der brasilianischen Psychiatriereform und im Kampf gegen die Psychiatriekliniken einnehmen.

    Am 16. August 2024 hatte ich die Gelegenheit, an der Doktorandenverteidigung von Priscilla Santos de Souza teilzunehmen, bei der sie das folgende Werk vorstellte: „Spuren, Überreste und Verbindungen von Frantz Fanon: emanzipatorische und antikolonialistische klinische Beiträge zur Psychoanalyse“. In ihrer Forschung kann man ihre Brillanz und die für eine Doktorarbeit erforderliche Neuartigkeit feststellen. Angetrieben von einer theoretisch-methodischen Strenge, inspiriert von den Erfahrungen schwarzer Frauen und verwoben mit dem Feingefühl der Vorfahren, holt die Forscherin die „Überreste“ der von Frantz Fanon behandelten klinischen Fälle aus dem algerischen Kolonialschutt hervor.

    Priscilla de Souza lädt die Denkerin Lélia Gonzalez zu ihrer literarischen Reise ein und erinnert uns an den Ort, der für die Schwarzen bestimmt war: die Müllhalde! Und: „Der Müll wird sprechen, und zwar auf eine gute Art“ (Gonzalez, 1983). Die „Überreste“ - die wenig oder gar nicht von Bedeutung sind - können Erinnerungen, Zuneigungen, Streitigkeiten, Theorien und zahllose Themen offenbaren, von denen die Inhaber der universalisierenden Narrative wollen, dass sie vergessen und nicht erinnert werden. Wen interessieren schon die „Reste“, nicht wahr? Ich kann sagen, dass ich, wie der brillante und jüngste Arzt, den Fanonschen „Resten“ nachgehe und sie nutze, um auf die Dringlichkeit hinzuweisen, über antirassistische psychische Gesundheit nachzudenken.

    Frantz Fanon ist heute Pflichtlektüre für alle, die die Debatte über psychische Gesundheit aus einer antirassistischen, antikolonialen und Antiklinischen Perspektive verstehen wollen. Es ist jedoch nicht möglich, ihn mit dem Italiener Franco Basaglia zusammenzubringen, vor allem nicht für den Dialog mit dem Bereich der kollektiven Gesundheit, der psychischen Gesundheit und der brasilianischen Psychiatriereform, da sein starker Einfluss als Inspiration und Referenz dient. Diese Begegnung zwischen zwei Bastionen eines anderen Denkens und Handelns im Bereich der psychischen Gesundheit wird immer noch aus den Trümmern der Kolonialzeit herausgeholt. Hier verharren wir auf dem Ballast und den „Resten“, um eine Annäherung zwischen ihren Erfahrungen zu ermöglichen.

    Frantz Fanon war ein Psychiater, der die psychische Gesundheit aus einer antirassistischen, antikolonialen und klinikfeindlichen Perspektive in die Debatte einbrachte.
    Foto: Public Domain

    Obwohl Basaglia in Indien aufgrund seiner Bedeutung für den Aufbau der italienischen Psychiatriereform, seiner Besuche in Brasilien und seiner Kritik, als er das Koloniekrankenhaus Barbacena mit dem Holocaust der Nazis verglich, gut bekannt ist, ist es notwendig, seine Praxis und sein intellektuelles und politisches Erbe neu zu betrachten. Es gibt wichtige Interpreten, die es sich zur Aufgabe gemacht haben, Basaglias Erfahrungen zu übersetzen, zu systematisieren und zu analysieren, und die lebendige Erinnerungen an dieses Erbe bewahren: Fernanda Nicácio, Paulo Amarante, Ernesto Venturini, Maria Stella Brandão Goulart, Diva Moreira, Sônia Barros und Denise Dias Barros.

    Im Jahr 2024 werden wir den hundertsten Geburtstag von Franco Basaglia feiern. Dies ist ein geeigneter Zeitpunkt, um die Bedeutung seines Werdegangs und die Notwendigkeit zu betonen, seine Schriften wieder aufzugreifen und sich von seiner Praxis inspirieren zu lassen. Zunächst möchten wir die Bedeutung von Basaglia hervorheben, nicht nur als Person, sondern auch als Repräsentant eines vielfältigen und pluralistischen Kollektivs, das die italienische demokratische Bewegung war. Trotz seiner Führungsrolle und seiner herausragenden Stellung auf der politischen Bühne war er nicht allein. Es ist in der Tat erwähnenswert, dass Franca Ongaro Basaglia, seine Lebensgefährtin und militante Mitstreiterin, viele seiner Schriften verfasst und geteilt hat, die besser bekannt gemacht werden müssen, und hier heben wir die Anmerkungen hervor, die bereits von Professor Melissa de Oliveira entwickelt wurden (Pereira, 2024).
    https://madinportugal.org/franca-basaglia-feminismo-e-medicalizacao

    Zweitens ist es unerlässlich, Basaglias Denken und sein intellektuelles Vermächtnis wieder aufzugreifen, um die philosophischen, klinischen und politischen Einflüsse zu erkennen, die seinen Weg kreuzten und in Brasilien weiterhin nachwirken. Daniela Albrechts Dissertation „Bewegungen gegen psychiatrische Einrichtungen und Klassenkämpfe in Brasilien und Italien: eine Studie über Bewusstsein und Strategie“ stellt den marxistischen Einfluss und Basaglias Karriere in der Kommunistischen Partei Italiens dar.
    https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=8196378
    Außerdem muss die Bedeutung von Sartre, Merleau-Ponty, Goffman, Foucault, Fanon und anderen Denkern für Franco Basaglia hervorgehoben werden.

    Ein dritter Punkt ist die Hervorhebung des Vermächtnisses einer Praxis, die nicht nur die Gesetzgebung veränderte und den psychiatrischen Anstalten in Italien ein Ende bereitete, sondern auch Leben und Gemeinschaften veränderte. Es ging nicht nur darum, eine Einrichtung zu schließen, sondern auch darum, die Art und Weise, wie mit Unterschieden umgegangen wird, grundlegend zu verändern und neue Wege des Zusammenlebens zu ermöglichen. Basaglia verstand die Dialektik zwischen Mikropolitik und Makropolitik. Seine Kritik an der psychiatrischen Anstalt beschränkte sich nicht auf diese Institution, sondern auf die verschiedenen Formen von Kontrolle, Unterwerfung und Gewalt, die für die Reproduktion der kapitalistischen Gesellschaft grundlegend sind.

    Und schließlich müssen wir uns an die Bedeutung der Besuche von Franco Basaglia in Brasilien erinnern. Seine Anwesenheit hinterließ einen bleibenden Nachhall und trug dazu bei, Menschenrechtsverletzungen anzuprangern und die Anti-Klinik-Bewegung ins Leben zu rufen. Es ist jedoch notwendig, eine wichtige Lektion des revolutionären Psychiaters aufzugreifen: „Ich weiß nicht, mit welcher Technik die brasilianischen Psychiatriekliniken zerstört werden sollen. Es wird keine englische, französische, italienische oder gar amerikanische sein. Es wird eine brasilianische Technik sein. Das ist es, was Brasilien braucht“ (Basaglia, 1979, S. 48) https://buscaintegrada.ufrj.br/Record/aleph-UFR01-000052816 . In Anlehnung an Basaglias eigene Aufzeichnungen müssen wir uns also auf das besinnen, was wir im ladinischen Afrika zu produzieren wissen, mit anderen Worten, die Pädagogik des Wahnsinns (Correia, 2019) http://repositorio2.unb.br/jspui/handle/10482/32533 , die aquilombação (David, 2024) https://www.livrariadavila.com.br/895292-saude-mental-e-relacoes-raciais-desnor/p , neben unzähligen anderen Praktiken und Erfahrungen, die unsere Rebellion demonstrieren.

    Der hundertste Geburtstag von Franco Basagliam wird im Jahr 2024 gefeiert.
    Foto: Harald Bischoff

    Es ist an der Zeit, die brasilianische Psychiatriereform und den Anti-Klinik-Kampf neu zu beleben, und dazu müssen wir uns an Franco Basaglias unermüdliche Rebellion, seine exquisiten Erfindungen und vielfältigen Verbindungen erinnern. Weit entfernt von den Idealisierungen und den Fallen der Entmenschlichung, die uns überfallen können, ist es notwendig, seine Menschlichkeit und sein Grundprinzip zu bekräftigen: die Verteidigung des Lebens. Wie Basaglia beharren wir weiterhin auf dem Kampf für eine Gesellschaft ohne psychiatrische Anstalten, denn „Freiheit ist ein ständiger Kampf“ (Davis, 2018) https://www.boitempoeditorial.com.br/produto/a-liberdade-e-uma-luta-constante-152410?srsltid=AfmBOoovkpTMzg .

    Rachel Gouveia Passos hat an der Päpstlichen Katholischen Universität von Rio de Janeiro in Rechtswissenschaften promoviert, ist Professorin an der Bundesuniversität von Rio de Janeiro und Autorin und Organisatorin mehrerer Werke über psychische Gesundheit und Beziehungen zwischen Geschlecht, Ethnie und Klasse.

    #Brésil #anti-psychiatrie #iatrocratie

  • (Ainda) Por uma sociedade sem manicômios: experiências do Núcleo Estadual da Luta Antimanicomial do Rio de Janeiro
    https://osocialemquestao.ser.puc-rio.br/media/OSQ_37_art_12_Martins_Coelho_Pererira_Passos.pdf

    Abstract

    The article aims to review some of the most recent intervention configurations of the Rio de Janeiro State Centre for the Anti-Asylum Struggle (Nemla/RJ), in particular cultural actions and links with other social movements, and to bring them into line with the theoretical and ideological foundations of the Italian influence of psychiatric reform in the Brazilian reality. The experiences are contextualised in the context of the struggles that seek to give concrete form to a society without mental institutions, understood as part of a societal project that aims to transform the capitalist mode of production and its entire sociability.

    Beatriz Adura Martins, Daniela Albrecht Coelho, Melissa de Oliveira Pereira, Rachel Gouveia Passos

    archiv/texte/krankheit/Por uma sociedade sem manicômios experiências do Núcleo Estadual da Luta Antimanicomial do Rio de Janeiro.pdf

    #Brésil #anti-psychiatrie #iatrocratie

  • PELAS PALAVRAS LIVRES DE GRAMÁTICAS: REFLEXÕES SOBRE A FORMAÇÃO DOS TRABALHADORES DE SAÚDE MENTAL, Rio de Janeiro 2008
    https://www.bdtd.uerj.br:8443/bitstream/1/14922/1/Dissert_Completa_BDTD.pdf

    ABSTRACT

    This paper aims at examining and discussing the training of health workers in the Brazilian Psychiatric Reform context. Training in this sense is understood as an important measure geared to maintaing alive the disciplinary character of a transformation proposal turned into public policy, as is the case of the public assistance in mental health resulting from the Psychiatric Reform movement. The dissertation opens with some formulations by Antonio Gramsci, one of the main matrixes of the Basaglian thought, in the belief that this will add to the understanding of the Reform process inasmuch as it introduces it in a broader and more political sense as an element in the democratic struggle. This is followed by some reflections regarding both the movement in the Brazilian scenery and the concept of deinstitutionalization, coined by Franco Basaglia, main landmark for analyzing the Reform process. The training itself is perceived on the basis of the results obtained by workers from the work process itself, in the sense of the learning and knowledge gained by them after reflection over the work accomplished. Training and assistance are analyzed within a domain of immanence. In other words, the service itself is seen as the locus of the worker’s training, and discussions surrounding the work process are, therefore, the central issue. Ethics involved in relations referring to madness are considered inseparable from the ethics ruling work-related issues in this field. Furthermore, the normally neglected affective level present in training processes is both taken into account and asserted by the dissertation, as work relations are viewed as relevant in the training context as well. In coherence with a deinstitutionalization project, the study also supports the fact that restoring reciprocity in relations involving madness cannot be separated from allowing workers to, in the same manner, establish more reciprocal relations. In that sense, furthermore, periods for self- questioning and reflection, which help workers to effectively occupy their work place, added to possibilities for exchanges among team members, are important aspects to consider. Workers from the following two public mental health services in Rio de Janeiro were interviewed: those from CAPS and those from the Therapeutic Residential Service. These two services were chosen because in Brazil they are considered outstanding modalities in the contemporary Psychiatric Reform. The statements by workers, though taken as a strong expression of their presence in the field, are not restricted to those emitting them. The interviews are analyzed according to six main axes for the analysis, as well as on the basis of what was perceived as the strongest manifestations in this field. It is important to stress that training, as a theme, both constitutes and runs through each of these axes. Thus, pathways, interdisciplinarity, supervision, work processes, conceptions of substitutive services and formulations regarding clinic/policies, are among the topics covered.

    Keywords: Psychiatric reform, Training, Work

    Daniela Albrecht Marques Coelho, Dissertation presented as a partial requirement for obtaining a Master’s degree, to the Postgraduate Programme in Public Policies and Human Formation of the State University of Rio de Janeiro.

    archiv/texte/krankheit/Daniela_Albrecht_Dissert_Completa_BDTD.pdf

    #Brésil #anti-psychiatrie #iatrocratie

  • Les méfaits du bolsonarisme
    https://laviedesidees.fr/Les-mefaits-du-bolsonarisme-6470

    La présidence de Bolsonaro a été marquée par un #autoritarisme politique, un #conservatisme moral et un néolibéralisme économique. La société brésilienne a subi une violence à laquelle elle a eu, parfois, les moyens de s’opposer.

    #International #Brésil #extrême_droite
    https://laviedesidees.fr/IMG/pdf/20250401__bolso.pdf

  • Le succès d’un film-mémoire
    https://laviedesidees.fr/Le-succes-d-un-film-memoire

    Le film que Walter Salles consacre à la disparition de l’ancien député Rubens Paiva a provoqué de nombreuses polémiques. Il est surtout un acte de #mémoire dans le long chemin que le #Brésil parcourt pour se rendre justice.

    #International #Arts #politique_de_mémoire #cinéma #dictature
    https://laviedesidees.fr/IMG/pdf/20250305_bresil.pdf

  • #Decathlon : révélations sur un champion de l’#exploitation

    Des vêtements innovants et bon marché : tels sont les ingrédients du succès de Decathlon. Mais des documents confidentiels obtenus par Disclose racontent une tout autre histoire sur le géant français du sport. Travail d’enfants, exploitation d’ouvriers #ouïghours en #Chine, liens avec la #déforestation au #Brésil… Enquête sur une #multinationale prête à tout pour maximiser ses profits.

    La tente « 2 secondes ». Le sac à dos Quechua à 3 euros. Le masque intégral pour plonger à trois mètres de profondeur. Derrière ces produits iconiques, un nom qui rime avec innovation : Decathlon. La marque française a fait de son ingéniosité un emblème, vantant ses centres de conception au pied des Alpes, sur la côte Atlantique ou près de Lille. C’est là, dans le Nord, qu’elle a fait ses débuts en 1976, dans un petit entrepôt au bord d’une quatre-voies. Près de cinquante ans plus tard, elle a conquis les cœurs des consommateur·ices, s’affichant en tête des enseignes préférées des Français·es.

    Cette performance ferait presque oublier que Decathlon est avant tout une machine à cash, qui ouvre un magasin tous les quatre jours dans le monde. Son chiffre d’affaires a doublé en dix ans, atteignant 15,6 milliards d’euros en 2023, pour 931 millions d’euros de bénéfice net. Une prouesse telle que l’entreprise, non cotée en bourse, a versé l’an dernier 1 milliard d’euros de dividendes à son actionnaire majoritaire, la famille #Mulliez, également propriétaire de #Leroy_Merlin, #Auchan, #Kiabi ou #Flunch. Un partage de valeur réalisé au détriment des salarié·es des magasins, dénoncent les syndicats de Decathlon, qui ont appelé à la #grève en décembre 2024 ; fait rarissime dans l’histoire de l’enseigne. Peu coutumière des polémiques, la marque avait vu son image écornée fin 2023, lorsque Disclose avait révélé la poursuite de ses ventes en #Russie à l’aide de sociétés domiciliées dans les #paradis_fiscaux. Déjà, « l’amour du sport » revendiqué par la marque semblait s’effacer derrière l’appât du gain. Ce que vient confirmer une nouvelle série d’enquêtes de Disclose.

    Documents internes et témoignages inédits

    Pendant un an, nous avons plongé dans les secrets de fabrication de la multinationale française. Grâce à l’analyse de plusieurs dizaines de documents internes, des témoignages inédits d’ex-employé·es et la collaboration de chercheur·euses indépendant·es, notre investigation met au jour les graves conséquences humaines et écologiques de la stratégie « low cost » de Decathlon.

    Salaires misérables au #Bangladesh, #travail_d’enfants et #trafic_d’êtres_humains en Chine… D’après notre enquête, les principaux fournisseurs de Decathlon en Asie ont recours à plusieurs formes d’#esclavage_moderne. Ces conditions de production indignes sont la conséquence de la pression sur les coûts imposée par l’enseigne française à ses sous-traitants. Par souci d’économies, toujours, Decathlon compte aussi parmi ses partenaires des usines qui s’approvisionnent en #cuir auprès de géants du bœuf, accusés d’être les premiers responsables de la déforestation illégale au Brésil.

    Dans les pas de la #fast_fashion

    Alors que l’enseigne investit des millions pour ne pas être cataloguée comme une marque « low cost », ces deux mots s’affichent partout dans des documents transmis à Disclose par une source interne. Les prix bas, ce sont eux qui conduisent Decathlon à faire fabriquer la majeure partie de ses vêtements par des sous-traitants. Decathlon en compte 1 264 dans le monde, pour seulement… neuf sites de production « maison ». Pour s’assurer une rentabilité maximale, l’équipementier recherche en priorité les usines les moins chères. En l’occurrence, celles qui « travaillent pour des marques à bas prix et engagées dans la production de masse », comme le note un document interne, énumérant les critères pour sélectionner un sous-traitant. Une stratégie commerciale agressive qu’on aurait pu croire réservée aux géants chinois de la fast fashion, #Shein ou #Temu.

    Ses principaux fournisseurs sont en Asie : par ordre d’importance, en Chine, au #Vietnam et au Bangladesh. Ce dernier est d’ailleurs qualifié de « #low_cost_country » (« pays à bas coût »), dans une feuille de route interne. Confectionner des vêtements dans ce pays — où plus de la moitié de la population vit dans un bidonville — est une « force » pour Decathlon, renseigne le même document. Ici, le groupe travaille avec des fournisseurs présentés comme « #ultra_low_cost », qui emploient des adolescent·es, pouvant être légalement rémunéré·es sous le salaire minimum. D’autres usines intégrées à sa chaîne de production dans le pays sont qualifiées de « clandestines » par un ancien salarié. Bien qu’elles fournissent jusqu’à 10 % des composants d’une chaussure, la marque n’y effectue aucun audit, dévoile Disclose dans un premier volet de son enquête.

    En bout de chaîne, ce sont les ouvriers qui confectionnent les produits, #Quechua, #Kipsta, #Domyos ou #Kalenji qui paient le prix du système Decathlon. Disclose a obtenu une nomenclature interne qui détaille le coût de fabrication d’une basket pour enfant très populaire, la Decathlon PW 540. Sur les 8,61 euros de prix de revient au Bangladesh, le salaire des ouvriers et ouvrières représente seulement 2,84 euros. Prix de vente en France : 25 euros.

    Un champion de l’exploitation

    La soif de profit a poussé Decathlon dans les bras d’autres sous-traitants problématiques. En Chine, cette fois-ci. Ce deuxième épisode de notre enquête, publié jeudi 6 février, en partenariat avec Cash Investigation*, révèle que l’un de ses principaux partenaires locaux a recours au travail forcé des Ouïghours, une minorité musulmane persécutée par Pékin. Deux usines chinoises travaillant pour Decathlon utiliseraient également du coton originaire du Xinjiang, la région d’origine des Ouïghours, et où les accusations de travail forcé sont légion.

    Notre enquête sur la multinationale aux 931 millions d’euros de bénéfices en 2023, nous a aussi amené au Brésil. Ce troisième volet, publié en partenariat avec le média néerlandais Follow the Money, le samedi 8 février, s’intéresse à l’origine d’une autre matière première : le cuir utilisé dans les célèbres chaussures de randonnée Quechua. Les usines qui les assemblent au Vietnam utilisent des peaux de bovins en provenance du Brésil, au risque de contribuer à l’éradication des forêts primaires dans le pays.

    Confrontée à nos révélations, Decathlon se contente d’affirmer son « engagement en faveur d’un approvisionnement responsable ». L’entreprise assure par ailleurs « condamner fermement toute forme de travail forcé et de travail d’enfant ». Sa course aux prix les plus bas vient pourtant contredire ces engagements. Jusqu’à faire mentir le fondateur de la marque, Michel Leclercq, qui avait coutume de dire : « Il est interdit de tromper un client chez Decathlon ».

    https://disclose.ngo/fr/article/decathlon-revelations-sur-un-champion-de-lexploitation
    #sous-traitance #enquête

  • Bogota interdit l’entrée d’avions militaires américains transportant des migrants expulsés
    https://www.dakaractu.com/Bogota-interdit-l-entree-d-avions-militaires-americains-transportant-des-

    Bogota interdit l’entrée d’avions militaires américains transportant des migrants expulsés
    Le président colombien, Gustavo Petro, a annoncé dimanche avoir interdit l’entrée d’avions militaires américains transportant des migrants expulsés, et affirmé qu’il n’accepterait que des vols civils qui traitent les migrants avec « dignité ». « Un migrant n’est pas un criminel et doit être traité avec la dignité qu’un être humain mérite. C’est pourquoi j’ai fait refouler les avions militaires américains qui transportaient des migrants colombiens », a écrit le président sur le réseau X.Le président de gauche Gustavo Petro, critique du président américain Donald Trump, n’a pas précisé combien de vols en provenance des Etats-Unis devaient atterrir en Colombie, ni combien de migrants expulsés ils transportaient.
    « Je ne peux pas faire en sorte que les migrants restent dans un pays qui ne veut pas d’eux, mais si ce pays les renvoie, cela doit être fait avec dignité et respect pour eux et pour notre pays », a encore dit M. Petro. « Nous accueillerons nos ressortissants dans des avions civils, sans les traiter comme des criminels » a-t-il encore déclaré.
    Depuis l’investiture de Donald Trump le 20 janvier, les États-Unis n’avaient pas expulsé de migrants en situation irrégulière vers la Colombie, mais cela a été le cas vers le Guatemala et le Brésil.
    Brasilia a réclamé samedi des explications à Washington pour le « traitement dégradant » de migrants illégaux brésiliens lors de leur expulsion par les Etats-Unis sur un vol arrivé vendredi à Manaus (nord du Brésil). Selon le gouvernement brésilien, 88 Brésiliens se trouvaient dans l’avion.

    #Covid-19#migrant#migration#etatsunis#colombie#bresil#guatemala#expulsion#droit#sante#politiquemigratoire

  • Ensemble en défense des droits des peuples autochtones du Brésil

    Dans une lettre ouverte au président Lula, le CRID, des membres et partenaires se mobilisent pour défendre les droits des peuples autochtones au Brésil, menacés par la violence et des injustices persistantes.

    Lettre ouverte au président Luiz Inácio Lula da Silva

    Paris, le 19 décembre 2024
    Monsieur le Président,

    Nous, organisations françaises de solidarité internationale, vous adressons cette lettre pour exprimer notre profonde inquiétude face à la situation dramatique des peuples Guarani Kaiowá et Terena. Ces peuples, depuis des décennies, subissent des violences systématiques en raison de conflits fonciers exacerbés par la lenteur des processus de démarcation de leurs territoires traditionnels.

    https://entreleslignesentrelesmots.wordpress.com/2024/08/13/journee-internationale-des-peuples-autochtones-les-syndicats-reclament-le-droit-a-lautodetermination/#comment-64024

    #international #brésil

  • L’#extractivisme, des marges amazoniennes au militantisme anticapitaliste

    Créée pour décrire l’économie de #cueillette constitutive des marges amazoniennes, la notion d’extractivisme a beaucoup évolué en un siècle : elle est devenue un mot-clef du militantisme, un condensé de critiques et d’impensés. Synonyme d’appropriation, d’exploitation… elle finit par ne plus dire ce qu’elle dénonce exactement et n’est plus appréciée que pour sa charge critique. Il est temps d’interroger les limites d’un concept à la dérive.

    Le suffixe -isme, en français, revêt diverses significations. Il peut désigner un système de pensée, que ce soit le communisme ou le libéralisme, une religion, le christianisme comme le bouddhisme, une activité, comme le journalisme et l’alpinisme, un comportement, que ce soit l’égoïsme ou l’autisme, une situation, comme l’analphabétisme ou l’anachronisme… Cette présentation n’est pas exhaustive ; l’-isme est particulièrement labile.

    Néanmoins, d’un mot à l’autre, d’un contexte à l’autre, l’ambiguïté n’est pas de mise. À chaque fois, on en comprend le sens. Pourtant, lorsqu’on interroge la notion d’extractivisme, dont l’usage actuel va croissant, on peine un peu à en saisir la connotation. Faut-il y voir simplement une pratique, une économie qui serait fondée sur l’extraction ? Ou bien une pensée, une doctrine qui légitimerait l’industrie extractive, voire l’encouragerait ?

    Le mot, rappelons-le, est originaire du Brésil : extrativismo en portugais. Son usage semble remonter à la fin des années 1930 – peut-être est-il antérieur. Il s’appliquait alors aux marges amazoniennes, là où on récoltait le #caoutchouc (#borracha), la #gomme_de_Balata (#balata), le #baume_d’Amazonie (#copaíba), la #noix_du_Brésil (#castenha), la #fève_tonka (#cumaru), diverses espèces de #bois… C’était avant tout une #économie_de_cueillette.

    Le mot portugais dérive lui-même d’une #catégorisation économique qui remonte au XIXe siècle, et plus précisément d’une proposition avancée en 1842 par #Charles_Dunoyer dans le Journal des économistes : « On a voulu aussi les assimiler à l’#industrie_agricole ; mais encore le moyen de confondre avec l’art de la culture celui de la pêche, de la chasse ou de l’exploitation des mines ? Toutes les industries de la classe dont il s’agit ici remplissent une fonction qui leur est propre, et qui se distingue nettement de celles accomplies par les trois autres grandes classes : elles extraient mécaniquement du sein des eaux, des bois, de l’air, de la terre, sans leur faire subir d’ailleurs aucune façon déterminée, des matériaux innombrables, qui servent ensuite à l’exercice d’une multitude d’arts. Je demande la permission de les désigner par un nom pris de la fonction même qu’elles remplissent, et d’en former, sous le nom d’industries extractives, une classe tout à fait séparée »[1] – industrie étant ici à entendre au sens ancien et général d’activité économique. C’est ainsi que, dans les années 1930, le ministère de l’Agriculture brésilien comportait un département consacré spécialement aux « plantes extractives et industrielles » (Secção de Plantas Extrativas e Industriais).

    La question est donc légitime de savoir ce qui distinguerait l’extractivisme de l’#économie_extractive en général, ou de comprendre la connotation apportée par le mot extrativismo.

    Or peu d’auteurs, pour ne pas dire aucun, ont pris le temps, au milieu du XXe siècle, de définir ce qu’était l’extractivisme. Son usage s’est imposé comme une évidence lorsqu’il s’est agi de parler de l’activité de cueillette dans les provinces amazoniennes du #Brésil. De fait, on peut penser que le sens du mot était précisément là pour désigner une économie primaire, exclusivement extractive et non productive.

    En cela, le terme n’était peut-être pas dénué de connotation péjorative, soulignée parfois par l’ajout de l’adjectif « pur » : #puro_extrativismo, comme dans ce discours du président brésilien #Gaspar_Dutra en mars 1947 : « La nécessité d’une solution adéquate aux immenses problèmes de l’Amazonie me semble d’autant plus urgente qu’il est certain que ses conditions de vie difficiles s’aggravent de jour en jour. Les habitants travailleurs de cette région lointaine sont confrontés à des difficultés sans précédent, qui découlent d’une multitude de facteurs négatifs, tels que, entre autres, la pénurie démographique, l’immensité du territoire, l’éloignement des principaux centres de production et de consommation du pays, une économie primaire de pur extractivisme forestier [puro extrativismo florestal], une structure économique et sociale à la merci des fluctuations des prix de ses matières premières essentielles[2]. »

    L’extractivisme est, fondamentalement, une activité économique des #marges_forestières du Brésil. Il n’y a nulle idéologie dans le mot, mais un simple constat, une manière de désigner une forme de sous-développement économique, précaire et nomade, qu’on oppose à l’#agriculture, « seule manière de fixer l’homme à la terre », ou à la #sylviculture, qui permettrait une exploitation moins destructrice.

    En 1982, #Alfredo_Homma avait introduit une distinction entre « #extractivisme_de_collecte » (#extrativismo_de_coleta), qui préserve – plus ou moins – les ressources, et « extractivisme par #annihilation ou #déprédation » (extrativismo por aniquilamento ou depreção), qui les détruit, immédiatement ou à court terme[3]. L’extractivisme pouvait-il être une économie durable ? En un sens, cela a été le combat des #seringueiros durant les années 1980. Ils cherchaient à maintenir leur activité face à une #déforestation croissante. La figure la plus connue de cette résistance est #Chico_Mendes, qui a été assassiné en 1988. Il avait créé le #Conselho_Nacional_dos_Seringueiros dont la revendication principale était la création de zones forestières, pour des motifs à la fois environnementaux, économiques, sociaux et culturels. Ces #réserves_extractivistes (reservas extractivistas) devaient permettre de préserver un espace naturel et un mode d’exploitation considéré comme non prédateur.

    Quatre grandes réserves extractivistes furent créées en 1990 dans le cadre du programme national pour l’environnement, puis d’autres, de moindre importance, dans les années qui ont suivi. Cela correspondait parfaitement à la logique de développement durable qui venait d’être formulée dans le #rapport_Brundtland de 1987 et qui fut reprise par la #déclaration_de_Rio sur le développement et l’environnement en 1992. Ainsi, l’extractivisme amazonien était la version acceptable d’une #exploitation dont on commençait à dénoncer les excès, voire la solution à la déforestation. Pour Florence Pinton et Catherine Aubertin, « la réputation écologique de l’extractivisme s’est construite à partir du repoussoir que représentent les désastres enregistrés par les différents programmes d’occupation de l’Amazonie »[4].

    Mais depuis une vingtaine d’années, le terme a connu une évolution notable dans ses usages. Il s’est chargé d’une forte valeur critique, à la fois décoloniale et environnementale.

    Dès le départ, l’extractivisme implique que l’activité de transformation se fasse ailleurs. Il y a une logique spatiale, et coloniale. Les ressources sont collectées afin d’être acheminées vers des centres de production, au Brésil, en Amérique du Sud, voire dans les centres industriels d’Amérique du Nord ou d’Europe. C’est vrai pour le latex, mais aussi pour l’or ou d’autres ressources car l’extractivisme peut être végétal, animal ou bien minier. L’Amazonie est ainsi devenue un territoire menacé par l’#exploitation_pétrolière[5]. Mais les exemples sont multiples, au Niger, au Cameroun, au Groenland…

    Le dernier livre de Justine Augier, Personne morale, dans lequel elle fait le récit des errances de l’entreprise Lafarge, prête aux pires compromissions pour garantir l’extraction de pétrole en Syrie au moment de la montée en puissance de Daech, ne serait qu’un exemple parmi tant d’autres des errances d’un système où le profit semble pouvoir tout justifier, au détriment des populations locales. Les exactions commises par les soldats chargés de protéger le site gazier de Total au Mozambique montrent bien la violence d’un capitalisme dont les activités extractives constituent la base.

    L’extractivisme, en ce sens, est devenu synonyme d’#appropriation et a été employé dans des domaines pour le moins éloignés du contexte initial. Pascal Marichalar considère, par exemple, que l’installation de télescopes sur des montagnes du Chili ou de Hawaï, sur des terres prises aux populations locales dans des contextes coloniaux, justifie l’expression d’« #extractivisme_scientifique ». Stricto sensu, il n’y a évidemment aucune extraction, mais une #dépossession de #montagnes qui avaient souvent une valeur – non marchande – pour les populations autochtones. Autre exemple : sur la base du rapport rédigé par Felwine Sarr et Bénédicte Savoy, en 2018, sur la restitution du patrimoine culturel africain, Aksel Kozan n’hésite pas à parler d’« #extractivisme_patrimonial »[6].

    Que les #conquêtes_coloniales aient été l’occasion de multiples #spoliations patrimoniales ne fait pas question, qu’on parle d’extractivisme, en revanche, interroge car cela réduirait les objets pillés à de simples ressources, à des #matières_premières, alors que leur intérêt tient précisément à leur valeur culturelle.

    Parallèlement à cette évolution, le terme d’extractivisme a été pensé comme une forme d’extraction à outrance, une #exploitation_intensive. On pourrait presque se demander si certains auteurs, par extractivisme, n’entendent pas quelque chose comme #extractivissime, autrement dit, s’ils ne font pas du suffixe -isme une sorte de superlatif. Mais peut-être est-ce surinterpréter.

    En tout cas, la notion semble comprise comme désignant une #idéologie qui justifierait l’extraction, « quelque chose comme un “goût pour l’extraction” », écrit Anna Bednik[7]. En ce sens, l’extractivisme serait l’envers du #productivisme. Sauf que les deux mots n’ont pas la même histoire ni la même connotation. Productivisme a été forgé en France par Ernest Solvay à la toute fin du XIXe siècle. Produire plus était un objectif souhaitable afin d’apporter la prospérité au plus grand nombre. Or, on l’a vu, ce n’est pas le cas de l’extractivisme, dont l’extraction n’est pas un but en soi. C’est même plutôt un contresens. Les activités extractives ne font qu’alimenter le système productif, elles en sont la conséquence, non la cause. Attaquer l’extractivisme ne détournerait-il pas la critique de sa cible principale : le productivisme, voire le capitalisme lui-même, si tant est que le productivisme serait le propre du capitalisme, ce qu’on pourrait discuter.

    Le mot est mobilisé pour désigner des situations extractives qui ne situent plus uniquement dans des territoires autrefois colonisés, mais qui seraient aussi dans des pays du Nord. Les récents projets miniers en France peuvent-ils être considérés comme de l’extractivisme ? Qu’en est-il des activités extractives menées par la Chine sur son propre territoire ? Il ne s’agit absolument pas de justifier les dégradations environnementales provoquées par nombre de ces exploitations, mais d’interroger les limites d’un concept qui semble parfois à la dérive. Quand passerait-on de l’extraction à l’extractivisme ? Existe-t-il une forme acceptable d’activité extractive ? À se focaliser uniquement sur les lieux d’extraction, le risque est non nul de céder à des logiques de NIMBY, « not in my back yard » [pas dans mon jardin, ndlr]. Peut-il y avoir production sans extraction ? Les questions sont multiples, et la prudence peut-être pas inutile.

    Personne ne peut se prétendre berger des mots, mais on peut parfois s’interroger sur certains effets de mode. En à peine un siècle, extractivisme a beaucoup évolué : il est devenu un mot-clé, un condensé de critiques et un raccourci d’impensés. Synonyme d’appropriation, d’exploitation, de déprédation, il finit par ne plus dire ce qu’il dénonce exactement et semble surtout être apprécié pour la charge dénonciatrice qu’il porterait, un mot neuf pour une critique ancienne. Le géographe allemand Ernst Friedrich, en 1904, avait un mot pour dire tout cela : die #Raubwirtschaft, l’#économie_de_pillage[8] !

    Car le constat d’une économie déprédatrice n’est pas nouveau. Qu’on m’excuse de terminer par une très longue citation, empruntée à Franz Schrader, géographe français, cousin d’Élisée Reclus. Elle est extraite de l’introduction à l’Atlas de géographie moderne, paru en 1889 chez Hachette, un livre a priori plutôt neutre, destiné à un public assez large. En une page, toute la violence de l’exploitation du système industriel européen à l’échelle de la planète y est décrite et dénoncée, avec ses conséquences en termes d’extraction. Mais Franz Schrader ne s’y trompe pas. C’est bien la question de la production à outrance qui est soulevée, d’une production considérée comme un objectif en soi et non comme un moyen.

    « Depuis le commencement de ce siècle, une partie de l’humanité a brusquement transformé ses rapports avec la planète. L’homme blanc, devenu pour ainsi dire un être nouveau, s’est créé une organisation factice qui bouleverse les conditions de sa vie traditionnelle, révolution dont il n’a pas encore mesuré toute l’importance et dont il nous est impossible de prévoir les résultats ultimes.

    « Depuis ce jour où, par l’invention du feu et des premiers outils, l’homme s’est nettement différencié des autres êtres vivants et a cessé d’être l’esclave de la Terre pour tendre à en devenir le maître, une élite intellectuelle a parcouru des étapes successives de culture, entraînant avec elle ou laissant en arrière diverses fractions de l’espèce humaine. À l’outil, qui complétait ou corrigeait les organes humains, a succédé la machine, qui les aide et leur prête sa force. Jusqu’au dix-neuvième siècle, l’homme a surtout demandé secours aux forces naturelles en pleine activité, au vent, à l’eau courante. Il se bornait à utiliser un mouvement déjà produit par le jeu de la vie planétaire. Au dix-neuvième, une fraction de l’humanité imagine de se faire non plus aider, mais remplacer. De substances inertes, houille, métaux, acides, eau surchauffée, etc., elle apprend à dégager des forces latentes, à les discipliner, à les obliger à l’action. Dès lors, tous les organes moteurs ou mécaniques de l’homme se transforment, se décuplent ou se centuplent. Sa puissance de locomotion s’accroît jusqu’aux vapeurs transocéaniques et jusqu’aux chemins de fer transcontinentaux. La portée de sa parole n’a plus de limites, le télégraphe la transporte autour du monde ; la vapeur, les substances explosibles donnent à son bras une force incalculable. Ce n’est plus l’homme des siècles passés, c’est un nouvel être, qui n’admet plus aucune résistance. Plus de limites à l’ambition de l’homme blanc, doublé de ses organes de métal, de sa vapeur, de son électricité. Ses télégraphes enserrent le globe, ses navires à vapeur raccourcissent les océans, ses rails veulent se poser partout ; qui n’en veut pas devra se soumettre, qui résiste sera brisé. Et l’Indien, le Nègre, l’Australien, le Chinois se voient avec terreur envahis, débordés par cette humanité nouvelle, avide, violente, inexorable, toujours plus pressée, haletante comme ses machines.

    « En effet, tandis que le moteur mécanique, sans cesse perfectionné, aide, déplace ou remplace le travailleur, change incessamment les conditions du travail, un appel se produit sur tous les points du globe, et la race blanche s’y précipite, transportant avec elle les mêmes besoins, la même activité, les mêmes machines, la même surexcitation cérébrale. […]

    « Un tel état de choses ne peut pas se développer indéfiniment. D’abord, la civilisation industrielle n’est pas un but, mais un moyen. Le jour où elle aura atteint le résultat qu’en attendent les esprits élevés, et donné à tout homme sa part de secours matériel, lui permettant ainsi de vivre d’une vie plus morale et plus intellectuelle, elle devra se borner, précisément pour ne pas détruire son œuvre. En outre, on ne fabrique que pour des besoins, et la capacité de consommation de l’humanité est forcément limitée. La force mécanique à l’œuvre sur le globe est déjà égale à celle d’un milliard d’hommes (1889), et elle ne cesse de s’accroitre. Amenât-on la population entière de la sphère terrestre à l’état de tributaire ou d’acheteur momentané, il est évident que cette force n’est pas appliquée dans des conditions normales. La civilisation industrielle dont nous admirons l’épanouissement n’est donc qu’une étape et devra prochainement se transformer.

    « Une loi inexorable, du reste, ne tardera pas à l’y obliger. Elle exploite trop avidement la terre, ne songe qu’à l’avenir immédiat, et arriverait à ruiner la planète elle-même.

    « Dans cette fièvre de fabrication ou d’utilisation à outrance, en effet, on demande de toutes parts au sol des produits rapides et immédiatement vendables, et on détruit sans réflexion toute production spontanée, naturelle, surtout la végétation forestière, trop lente à se renouveler.

    « C’est ainsi que presque toute la surface de la Terre va se dénudant avec une effrayante rapidité. Comme conséquence, le sol se délite, les montagnes se désagrègent, les sources tarissent, les fleuves s’appauvrissent ou débordent, le climat lui-même, privé des influences adoucissantes des vastes régions boisées, se détériore et se déséquilibre. En outre, les pays nouvellement ouverts à la culture tirent d’abord d’un sol vierge des récoltes abondantes, ruineuses par leur bon marché pour les pays de vieille culture. Mais bientôt ce sol auquel on a trop demandé s’appauvrit, tandis que des terres nouvelles se mettent en valeur à leur tour.

    « Chaque jour l’intensité du mouvement, l’activité de l’exploitation s’accroît ; par cela même approche le moment où l’homme, voyant son avidité le mener à des désastres irrémédiables, sera obligé de se rapprocher de la nature et de demander à la science, non plus la richesse immédiate, mais le salut. […]

    « Le remède, par bonheur, est à côté du mal. Les progrès de l’industrie ne sont que le résultat premier, matériel, du progrès général de la science ; ce progrès même doit amener une équilibration. L’homme use en ce moment de ses nouvelles forces comme un enfant qui dissipe son bien, le croyant inépuisable. L’âge de raison viendra, et l’humanité pensera alors à régler le présent de façon à sauvegarder l’avenir. Dans ce travail de régularisation, l’étude de la Terre aura la plus large place, car c’est de la Terre que tout vient, c’est à elle que tout retourne. Sans l’homme scientifiquement équilibré ne pourra pas lui rendre les alluvions descendues à la mer, ni ressusciter les peuples disparus, qui vraisemblablement leur place marquée dans l’harmonie de l’humanité ; et c’est un genre humain appauvri qui sera chargé de réparer sur une Terre appauvrie les fautes de notre imprévoyante génération[9]. »

    Où en sommes-nous aujourd’hui ? Nous ne sommes pas sortis de l’ère industrielle, la population humaine depuis la fin du XIXe siècle est passée d’environ 1,5 milliards d’habitants à plus de 8 milliards et nos besoins en matières premières ne cessent de croître. Le dernier rapport publié par le Programme des Nations unies pour l’environnement (PNUE) sur les ressources planétaires dresse un tableau très cru. L’extraction mondiale annuelle de matériaux est passée de 30,9 milliards de tonnes en 1970 à 95,1 milliards de tonnes en 2020 et devrait atteindre 106,6 milliards de tonnes en 2024. On l’estime à 160 milliards de tonnes au milieu du siècle. La moyenne mondiale de la demande de matériaux était de 8,4 tonnes par habitant en 1970, de 13,2 tonnes en 2024.

    Les minéraux non métalliques (dont le sable, le gravier, l’argile) sont devenus la catégorie la plus importante, avec 48 %, en 2024, contre 31 % en 1970, « signe d’une transition d’un métabolisme agraire basé sur la biomasse vers un métabolisme industriel basé sur les minéraux »[10]. Or la solution scientiste et techniciste n’est sans doute qu’une illusion. La dénoncer, inversement, ne doit pas nourrir un discours antiscientifique qui nivellerait opinions et savoirs. L’objectif défini par le PNUE est le découplage du bien-être humain de l’utilisation de ressources. Cela passe aussi par une meilleure répartition de ces ressources. La question environnementale et la question sociale sont inextricablement liées, et ce à l’intérieur d’un cadre plus général qui est celui des rapports de pouvoir et de domination.

    https://aoc.media/opinion/2024/12/11/lextractivisme-des-marges-amazoniennes-au-militantisme-anticapitaliste
    #Amazonie

  • Brésil : le MST sur le harcèlement dans les mouvements #25Nov24

    Dans ce court texte, je voudrais apporter quelques notes sur le harcèlement, en particulier dans les lieux de militantisme politique. J’écris en étant consciente de ceux qui liront ces lignes : les femmes activistes dans un mouvement social consolidé. Je n’ai pas l’intention d’épuiser le débat ici, ne serait-ce qu’en raison de l’espace limité qui m’est imparti. Je comprends la sensibilité du sujet, ainsi que son potentiel de controverse. Alors, allons-y ! Sans prétention…

    Les données les plus diverses montrent que le harcèlement, sous toutes ses formes, est un phénomène basé sur des relations de pouvoir et qui réaffirme les inégalités de genre dans les divers domaines sociaux. Dans une relation où il y a harcèlement, le fondement est la croyance que l’autre personne se trouve dans une situation hiérarchiquement inférieure à celle de l’agresseur.

    https://entreleslignesentrelesmots.wordpress.com/2024/11/30/bresil-le-mst-sur-le-harcelement-dans-les-mouv

    #bresil #feminisme

  • TikTok Videos Spread Misinformation to New Migrant Community in New York City
    https://themarkup.org/languages-of-misinformation/2024/09/26/tiktok-videos-spread-misinformation-to-new-migrant-community-in-new-york-

    Quand on travaille professionellement chaque jour avec des informatioms (je m’excuse pour le pléonasme maladroit), on ne se rend pas compte des dégâts causés par les mensonges et imprécisions dont sont victimes les personnes qui ne maîtrisent pas nous outils et n’ont pas notre savoir faire.

    Cet article sur The Markup explique comment de nombreuses vidéos Tiktok en wolof contribuent à l’exode des jeunes Sénégalais.

    26.9.2024 by Malick Gai - Misinformation on TikTok influenced these Senegalese migrants to come to the United States. Now they are being fed even more misleading information about navigating their new home

    Welcome to The Markup, where we use investigative reporting, data analysis, and software engineering to challenge technology to serve the public good. Sign up for Klaxon, a newsletter that delivers our stories and tools directly to your inbox.

    This article is copublished with Documented, a multilingual news site about immigrants in New York, and The Guardian US, which covers American and international news for an online, global audience.

    One video told viewers that new migrants easily get work permits and good jobs in the United States. Another warned viewers, once they are in the U.S., not to change their postal address or transfer their asylum case if they move to another state. Another instructed them to re-apply for asylum if they do not receive an acknowledgment letter within a few months.

    These videos were all posted on TikTok in French or Wolof, the languages spoken by many of the West African migrants who have arrived in New York City in the last two years.

    Documented reviewed hundreds of videos like these. Some aimed to inform, advise or persuade viewers and appeared to be well-meaning. Many featured migrants sharing their first-hand experiences of the asylum process to encourage others in their position, and some filmed candidly in supermarkets, on park benches, or in their cars.

    Other videos, however, were not so well-meaning.

    An industry of highly coordinated smuggling organizations are using social media apps like TikTok to promise seamless travel services — procuring airplane tickets, helping with visa applications, or providing places to stay during your trip to the U.S. One migrant from the Republic of Congo told Documented he was led by one smuggler to Brazil, where another agent then hosted him for two months in a safehouse with 10 other African migrants and took them onward to Panama by passing through the treacherous Darién Gap.

    Documented spoke with five Senegalese men who migrated to New York City in the past year who said that TikTok played a significant role in their decision to make the arduous journey to the U.S. Like thousands of other migrants who have made their way to the U.S. from China, Latin America and West Africa, these five men were inspired by testimonials from other migrants they saw on TikTok about their journeys to the city. And like many other migrants, they were frustrated that the hardship they faced in the U.S. stood in stark contrast to the optimistic videos that inspired them to make the journey. Even after arriving in the U.S., TikTok continues to play an outsized role in their new lives. ByteDance, TikTok’s parent company, did not respond to a request for comment at the time of publication.

    In the last five months, Documented analyzed the TikTok viewing history of five Senegalese migrants between 22 to 36-years-old, and who all arrived in New York in the past two years. For many members of this predominantly non-English speaking community, this was the first time they left their home country, and navigating life in New York City felt isolating and filled with incomprehensible rules and uncertainty. TikTok became a valuable place to get information, and provided people with seemingly helpful tips from how to open a bank account to how to pronounce common English phrases.

    Documented identified about 300 videos that had been watched by at least three men who shared their TikTok history. Between pranks and soccer clips, the men watched videos that provided either partial or inaccurate content about vital matters like how to fill out legal forms for requesting asylum, that if acted upon, could derail their asylum processes and integration into American society.

    In one of the misleading videos, the poster speaks about Mayor Eric Adams’ policies towards the city’s migrant population.

    The video, narrated in Wolof, features a man translating and explaining what he claims is a news story. He displays a screenshot of an English headline from the Manhattan Institute website, along with a photo of Mayor Adams.

    In the video, the man falsely asserts that Mayor Adams is handing out $50 million in cash to distribute among New York City’s migrant community, urging viewers to “share this video widely” as it could be “life-changing” for immigrants.

    Here’s what really happened. In February, Mayor Adams introduced a program providing pre-paid debit cards for migrant families to use on food and baby supplies — not $50 million in unconditional cash payments.

    Ass Malick Lo, 30, heard about people taking the Central American route to the U.S. in August 2023, both through social media and some people he knew from his home country of Senegal. He watched live feeds of people on the route as well as pre-recorded videos. He had the contact information of an uncle in New York City and used his savings, borrowed from a friend and sold his car in order to make the trip.

    When he arrived in New York, Lo said he was dependent on TikTok — videos helped him escape his surroundings, made him laugh and feel like he was with friends speaking Wolof. The social media app became one of the only sources of information and emotional support he could easily turn to when in doubt.

    “Migrant influencers are filling a void — sometimes providing hopeful information, but it might not always be truthful,” said Elora Mukherjee, professor of law at Columbia Law School where she directs the Immigrants’ Rights Clinic. Mukherjee said that it’s dangerous to have some of the most commonly reiterated misinformation online about how it is “easy” to travel, seek asylum and work legally in the U.S.

    “I was made to believe that when you come, you will have papers and find work, but that’s not the case,” Lo said.

    Instead, after filing their application for asylum, migrants must wait at least six months before they can get a work permit. Asylum seekers and local officials have called for reforming work permit eligibility rules as their top priority to ease the burden on the city to shelter and provide for their basic needs.

    “We should be a unified front on all levels of government calling for expedited federal work permits to ensure asylum-seekers can legally work,” Councilmember Shahana Hanif said in an Oped in 2023. Congresswoman Alexandria Ocasio-Cortez​​ has called on the White House to produce work permits in an interview with Documented last year. “What we are asking is for the federal government to get out of our way, so that our economy can function and we can integrate new Americans the way New York and New York City always has,” she said.

    Made to rely on back-to-back shelter stays, and hand-outs of food, clothing and other daily necessities, in an effort to sustain themselves, asylum seekers sometimes find unauthorized and unregulated short-stint employment like delivering food, loading shipping containers and dishwashing in kitchens.

    “It is this built-in waiting period that overburdens the city, and until people are able to work lawfully, instability and often exploitation will continue,” said Mukherjee.

    “I’m lucky to be literate. I have come across migrants who missed deadlines for fingerprinting, or appointments with judges because they don’t understand the content of the letters they receive about their asylum cases,” said Lo, who holds a French language bachelor’s degree.

    Through his struggles to find stability in the U.S., Lo has grown to understand the harms of misinformation not only for himself but for the Senegalese migrant community he belongs to.

    Now, Lo fact-checks the information he gets on TikTok by translating government websites from English to French and following verified news channels on social media.

    “I would use TikTok with skepticism and verify the information I see before acting on it, knowing what I know now,” said Lo.

    #migration #Sénégal #USA #Brésil #Panama

  • Pour sauver l’#Amazonie, un archéologue, un avion et un laser

    https://www.lemonde.fr/international/article/2024/09/27/pour-sauver-l-amazonie-un-archeologue-un-avion-et-un-laser_6335811_3210.html

    Par-dessus l’Amazonie vadrouille ces derniers temps un curieux petit avion. En apparence, rien ne le distingue de ses congénères, si ce n’est la très basse altitude de son survol. Mais à son bord, l’aéronef transporte une technologie bien particulière, le Lidar : un procédé de télédétection par laser de haute précision capable de « déshabiller » la végétation, révéler les secrets dissimulés sous la canopée et, peut-être, contribuer à son sauvetage.

    Le coucou opère pour le compte du projet Amazonia Revelada (« Amazonie révélée »), lancé en 2023 par l’archéologue brésilien Eduardo Goes Neves. A 58 ans, ce professeur renommé de l’université de Sao Paulo a passé plus de la moitié de sa vie à arpenter la jungle en quête de vestiges. « Mais aujourd’hui, je ne veux plus me contenter de parler de céramiques vieilles de 8 000 ans. Je veux agir dans le présent ! », explique le scientifique.

    « Le Lidar émet des milliards d’ondes par seconde, dont une petite partie perce la sylve et atteint le sol, permettant d’identifier élévations ou structures humaines », poursuit-il. Depuis un an, près de 1 600 kilomètres carrés ont été cartographiés par ce procédé de « déforestation digitale », soit l’équivalent de quinze fois la superficie de Paris, depuis l’embouchure de l’Amazone jusqu’à l’Etat enclavé de l’Acre.

    Une trentaine de « sites » ont été découverts. Des structures géométriques, des champs surélevés, une muraille et même un village portugais abandonné, datant du XVIIIe siècle, à la frontière avec la Bolivie. « Partout où on cherche, on trouve ! », s’enthousiasme M. Goes Neves, pour qui l’Amazonie est tout sauf une forêt vierge ou un « désert humide » : « C’est un patrimoine bioculturel, un bassin écologique mais aussi civilisationnel, profondément transformé par les peuples indigènes. »

    Mais l’objectif affiché ne se limite pas à la science. Le projet « est aussi une réaction contre la dévastation de l’Amazonie », insiste l’archéologue. Les zones de survol du #Lidar ont été soigneusement sélectionnées pour suivre plusieurs lignes de front de la déforestation qui ravagent aujourd’hui la jungle. Plus de 100 000 incendies ont été identifiés dans la forêt tropicale depuis le début de l’année, soit le double de ceux recensés en 2023.

    « Lieux sacrés »
    La Constitution brésilienne tout comme une loi en vigueur depuis 1961 imposent aux autorités de protéger les sites archéologiques. Amazonia Revelada ambitionne donc de forger de nouvelles zones de sauvegarde constituées de portions de forêts abritant des vestiges préservés. « Soit la création d’une nouvelle strate de protection, culturelle cette fois », résume M. Goes Neves.

    Avant toute chose, ses équipes ont pris soin d’obtenir l’accord des populations survolées. « Il s’agit d’Indigènes, mais aussi de communautés quilombolas [descendants d’esclaves] et ribeirinhas [pêcheurs traditionnels]. A chaque fois, on travaille avec des chercheurs locaux, formés, capables d’aller authentifier les découvertes », explique #Bruna_Rocha, archéologue participant au projet et basée à Santarem, sur l’#Amazone.

    Pour les #indigènes, ces vestiges ont une valeur qui va bien au-delà du patrimoine. « Ce sont des lieux témoins de notre passé, que nous visitons avec les plus jeunes pour leur raconter notre histoire. Mais ce sont aussi des lieux sacrés, vivants, où l’on peut sentir la présence des esprits », témoigne le cacique Juarez Saw, sexagénaire issu du peuple Munduruku, joint par téléphone depuis son village du rio Tapajos, au cœur de la forêt.

    Certains peuples, comme ceux du Haut-Xingu, ont refusé de participer au projet, « de peur que les données soient utilisées par leurs ennemis pour détruire ces vestiges », selon Bruna Rocha. Le cas s’est malheureusement produit sur les terres munduruku. « Les orpailleurs illégaux ont démoli beaucoup de nos lieux sacrés », déplore M. Saw.

    Mais répertorier des sites #archéologiques aura-t-il un effet sur la protection de la forêt ? « On essaie depuis trente ans de sauver l’Amazonie à coups d’arguments environnementaux, économiques, humains… Mais rien ne fonctionne. Alors, oui, le patrimonial, ça peut aider. Il faut mettre le paquet ! », croit #Stéphen_Rostain, archéologue et premier signataire d’un article retentissant de la revue Science, publié en janvier, révélant, grâce au Lidar, l’existence d’un gigantesque réseau de cités-jardins vieux de 2 500 ans en Amazonie équatorienne.

    Le temps presse et l’argent manque
    Difficile, cependant, d’imaginer que l’Institut du patrimoine brésilien, l’Iphan, pourra faire mieux en la matière que l’Ibama, la police environnementale. « Le projet est très intéressant, mais il ne crée pas de dispositif concret de sauvegarde de la nature », relève Francois-Michel Le Tourneau, directeur de recherche au Centre national de recherche scientifique et spécialiste de l’Amazonie. « Pour que ça fonctionne, il faudra que la loi incorpore la dimension culturelle de la protection de la nature », insiste de son côté Ane Alencar, directrice scientifique à l’Institut pour les enquêtes environnementales en Amazonie.

    « On n’est pas naïfs. On sait bien que l’archéologie seule ne peut pas sauver l’Amazonie ! », concède M. Goes Neves, qui estime que son projet servira d’abord à « accentuer la pression » sur le gouvernement de Luiz Inacio da Silva et, plus encore, sur un Congrès brésilien « réactionnaire » et acquis aux intérêts de l’agronégoce.

    Mais le temps presse et l’argent manque. Amazonia Revelada est pour le moment financée par la seule National Geographic Society, organisation scientifique et éducative non lucrative basée aux Etats-Unis. Celle-ci a déboursé 1,8 million de dollars (1,6 million d’euros) pour le projet dont l’intensification nécessitera forcément l’aide de pouvoirs publics.

    Bonne nouvelle : çà et là en Amazonie, des projets de protection environnementale reposant sur le patrimoine culturel et archéologique commencent à voir le jour. Le plus éloquent reste celui du « Stonehenge brésilien » : un site exceptionnel, composé de 127 blocs de granit et vieux d’un millénaire, qui aurait accueilli des cérémonies rituelles liées au solstice. Les autorités souhaitent en faire une zone protégée et attirer les touristes.

    Les premiers résultats des survols d’#Amazonia_Revelada seront présentés lors d’un congrès organisé à Manaus, dans le nord du #Brésil, en octobre. « A terme, notre rêve, c’est de cartographier toute l’Amazonie ! », assure un Eduardo Goes Neves à l’enthousiasme contagieux. Le petit coucou, armé de sa technologie #laser, n’en a pas fini de voler au-dessus la canopée.

    #Bruno_Meyerfeld (Sao Paulo, correspondant)

  • Contre l’attaque des Big Tech sur les souverainetés numériques

    Au Brésil, le différend entre le gouvernement brésilien et Elon Musk est le dernier exemple d’un effort visant à restreindre la capacité des nations souveraines à définir un programme de développement numérique libre de l’emprise des Big Tech. Un collectif international d’intellectuels s’élève contre ces attaques, « qui portent atteinte non seulement aux droits des citoyens brésiliens, mais aussi aux aspirations plus larges de toute nation démocratique à atteindre la souveraineté technologique. »

    https://entreleslignesentrelesmots.wordpress.com/2024/09/21/contre-lattaque-des-big-tech-sur-les-souverain

    #international #bresil #x

  • Les clairières libertaires, une #vie_communautaire d’anarchiste en 1900

    Fonder une communauté de vie et de travail hors du salariat pour montrer qu’une autre vie est possible : sans domination, reposant sur l’entraide et les rapports harmonieux entre femmes et hommes.

    Dans les années 1890, la voie avait été ouverte, entre autres, par le milieu libre de Stockel en Belgique ou la colonie Cecilia au Brésil. Au XXe siècle naissant, l’expérience est poursuivie en France. L’histoire discrète de ces essais libertaires serait sans doute restée muette si quelques historiens de l’anarchisme et du mouvement ouvrier n’avaient buté dessus et redonné un nom aux visages glanés sur les rares photos qui nous sont parvenues : Fortuné Henry, Sophia Zaïkowska, Georges Butaud…

    L’anarchisme individualiste émerge à la fin du XIXe siècle, mais il devient un courant visible dans les premières années du XXe siècle. Le principe de l’anarchisme individualiste, c’est que la révolution doit commencer déjà par soi-même, c’est-à-dire que l’on ne doit pas attendre d’un grand soir hypothétique que tout change, si les individus n’ont pas déjà changé eux-mêmes. Anne Steiner

    Ces vies particulières à la belle époque seront voilées par la Première Guerre mondiale et par la révolution russe de 1917, qui, par ricochet, rebattra souvent les cartes de ces milieux anarchistes.

    « lls ont comme credo que tout est politique, que le plus minuscule de nos gestes est politique. » Anne Steiner

    Leurs traces nous conduisent à Vaux dans la nature champêtre et à Aiglemont dans la forêt des Ardennes, où deux colonies voient parallèlement le jour en 1903.

    https://www.radiofrance.fr/franceculture/podcasts/lsd-la-serie-documentaire/les-clairieres-libertaires-une-vie-communautaire-d-anarchiste-en-1900-82

    #anarchisme #histoire #communauté_de_vie #communauté_de_travail #travail #salariat #domination #rapports_de_genre #égalité_hommes_femmes #Stockel #Belgique #colonie_Cecilia #Brésil #libertaires #communautés_libertaires #anarchisme_individualiste #politique #tout_est_politique #Vaux #Aiglemont #France
    #audio #podcast

    via @reka

  • « La #forêt_amazonienne est habitée depuis toujours »

    Sous ses dehors sauvages, la forêt amazonienne est habitée depuis des millénaires par des populations qui ont su l’exploiter tout en la préservant, comme le raconte le géographe François-Michel Le Tourneau dans ce 4ᵉ volet de notre série d’été consacrée à la forêt.

    On imagine la forêt amazonienne comme un espace vierge de présence humaine. Mais c’est loin de la vérité. Vous êtes spécialiste de la région amazonienne, notamment dans sa partie brésilienne. Pouvez-vous nous dire qui habite cette forêt aujourd’hui ?
    François-Michel Le Tourneau1. Depuis une trentaine d’années, le concept de forêt vierge appliqué à l’Amazonie est en train de voler en éclats. L’histoire de la région a été dominée jusqu’aux années 1970 par des archéologues occidentaux, qui avaient imposé l’idée d’une forêt impénétrable, produisant peu de ressources, en particulier peu de protéines animales, où ne pouvaient subsister que quelques tribus nomades. Mais c’est faux ! D’abord, le peuplement de cette région remonte au moins à 11 000 ans avant notre ère. Différentes populations ont peu à peu domestiqué des plantes comme le riz et le manioc. Elles ont par ailleurs développé des civilisations denses et quasi-urbaines dans les siècles qui ont précédé la colonisation européenne, comme le montre l’apport récent du lidar, une technique de télédétection laser qui traverse la canopée et révèle le modelé exact du sol.

    Mais à cause de l’arrivée des Européens et, avec eux, des épidémies, 80 % à 90 % de cette population a été décimée. Les Portugais ont alors importé de la main-d’œuvre depuis l’Afrique et une partie de ces esclaves, les quilombolas, appelés aussi « Noirs marrons », se sont échappés pour vivre en forêt. Par ailleurs, des métissages ont eu lieu entre Amérindiens et Européens, dont sont issus les caboclos, des paysans qui ont formé petit à petit le gros de la population du bassin amazonien. Le peuplement de la forêt amazonienne est donc le fruit d’une histoire où se sont succédé et mélangées des populations d’origines très différentes.

    Les Amérindiens ne sont donc pas les seuls habitants de cette forêt ?
    F.-M. Le T. Non, en effet. Et l’histoire ne se termine pas là ! Au XIXe et au XXe siècle, deux grandes vagues d’immigration ont entraîné des afflux de population du Nord-Est. À la fin du XIXe siècle, quand la demande de latex a explosé dans le monde, 500 000 seringueiros sont venus pratiquer en forêt la saignée des hévéas (seringueira en portugais, Ndlr). L’euphorie liée au commerce du caoutchouc n’a pas duré longtemps, car la Malaisie a repris cette exploitation à grande échelle. Comme dans le conte de Cendrillon, la région amazonienne s’est rendormie pour plus d’un siècle. Jusqu’à ce que le régime militaire brésilien arrivé au pouvoir en 1964 décide de développer une région considérée – toujours à tort ! – comme vide et arriérée et de l’arrimer au reste du pays, craignant une prise de contrôle par d’autres puissances. Il organise alors un grand plan de colonisation agricole par des populations paysannes sans terre, ce qui lui permet en même temps d’éviter une réforme agraire dans le reste du pays.

    Plusieurs millions de personnes arrivent ainsi dans les années 1970-1980, profitant des routes qui sont construites dans le même temps à travers la forêt. La population urbaine commence à dépasser la population rurale… au point que la géographe brésilienne Bertha Becker qualifiait dès 2000 cette Amazonie brésilienne de « forêt urbanisée » ! Aujourd’hui, environ 25 millions de personnes vivent en Amazonie brésilienne, dont 753 000 Amérindiens. Parmi elles, 350 000 habitent au cœur même de la forêt.

    La population amérindienne est à nouveau en progression ?
    F.-M. Le T. Oui, elle a fortement augmenté depuis trente ans au Brésil en général et en Amazonie en particulier. Depuis les années 1970, une meilleure prise en charge sanitaire, notamment vaccinale, a amélioré la santé des Amérindiens. Surtout, une convergence est apparue à partir de 1985 entre la montée des préoccupations environnementales d’une part et les luttes sociales des populations autochtones d’autre part.

    En 1988, une nouvelle constitution a reconnu leurs droits et leurs langues, et leur a restitué de larges pans de territoires : aujourd’hui, sur 3,3 millions de kilomètres carrés de forêt amazonienne brésilienne, environ 1,3 million de kilomètres carrés (trois fois la France métropolitaine environ) sont exclusivement réservés aux Amérindiens. À cela s’ajoutent les terres allouées à d’autres populations traditionnelles, comme les seringueiros. Confrontés dans les années 1970 à l’arrivée de propriétaires qui défrichent massivement, ils ont obtenu une gestion communautaire de ces terres. Même chose pour les ribeirinhos vivant sur les berges du fleuve, qui ont récupéré des réserves de développement durable et des droits spécifiques dans la préservation de ces écosystèmes.

    On oublie trop souvent que des centaines d’espèces et de variétés étaient cultivées en forêt par les Amérindiens avant le contact avec les Européens, sans entraîner de dégradation de la fertilité des sols, au contraire ! Là où les grandes entreprises agricoles défrichent d’immenses surfaces pour ne faire pousser que quelques espèces à grand renfort d’intrants chimiques.

    De quelle façon ces populations vivent-elles de la forêt ?
    F.-M. Le T. Les Amérindiens pratiquent pour la plupart un système mixte qui repose sur une agriculture rotative par abattis-brûlis, la collecte de ressources végétales (graines, semences, lianes), ainsi que la pêche et la chasse. Pour fonctionner, ce système impose d’avoir accès à de vastes surfaces qu’ils parcourent en fonction des saisons et des besoins.

    Les autres populations traditionnelles ont repris certaines bases des Amérindiens, notamment l’agriculture rotative, mais elles utilisent souvent plus intensivement d’autres ressources car elles tirent une partie de leur subsistance de la vente de ces produits (noix, fibres, semences, etc.) sur les marchés. Dans les deux cas, de plus en plus, les allocations sociales et les salaires participent aussi aux économies des familles, entraînant des changements de régimes alimentaires pas toujours heureux.

    Ces populations traditionnelles sont-elles un rempart contre la déforestation ?
    F.-M. Le T. En partie oui. Le gouvernement brésilien considère d’ailleurs que les territoires amérindiens participent au réseau des unités de conservation de l’environnement. Dans le même temps, les politiques de développement se pensent toujours face à une nature sauvage qu’il s’agirait de domestiquer, avec des plantations monospécifiques, des pâturages destinés aux élevages ovins et bovins, des grandes cultures, qui ne laissent aucune place aux processus naturels. L’idée perverse d’une profusion inépuisable de la forêt n’est pas remise en question...

    Mais les peuples autochtones deviennent aussi, pour certains, prisonniers d’une injonction à sauver la forêt. Or, leur projet de développement dans le futur n’est pas forcément de conserver un mode de vie traditionnel. De nouveaux besoins se font jour, qui nécessitent souvent l’accès à des revenus monétaires. Certains, pour subsister, acceptent de faire des coupes à blanc (abattage sur de très grandes surfaces de la totalité des arbres d’une exploitation forestière, Ndlr) dans la forêt afin d’y créer des pâturages pour de l’élevage. Doit-on les en empêcher ? Il faut noter enfin que la plupart ne résident plus seulement dans leurs territoires d’origine mais pratiquent des mobilités circulaires entre ville et forêt, utilisant l’espace périurbain pour continuer leurs activités agricoles et de collecte tout en profitant des avantages de la ville, comme l’accès à la scolarité ou à des emplois rémunérés.

    Le sujet est compliqué. En réalité, ce devrait être à l’État de protéger cet environnement, tout en acceptant le droit à l’autodétermination de ces populations et leur aspiration à une prospérité matérielle équivalente à celle du reste du Brésil.

    https://lejournal.cnrs.fr/articles/la-foret-amazonienne-est-habitee-depuis-toujours

    #géographie_du_vide #géographie_du_plein #Amazonie #peuples_autochtones #forêt #Amérique_latine #forêt_vierge #exploitation #Brésil #peuplement #quilombolas #noirs_marrons #esclavage #histoire #caboclos #agriculture #villes #urbanité #latex #hévéas #caoutchouc #colonisation #colonisation_agricole #réforme_agraire #forêt_urbanisée #vaccins #vaccination #démographie #agriculture_rotative #abattis-brûlis #alimentation #régime_alimentaire #déforestation #plantations #pâturages #terres #coupes_à_blanc #élevage #mobilités_circulaires

  • Google, Yahoo e Microsoft : um oligopólio - Le Monde Diplomatique
    https://diplomatique.org.br/google-yahoo-e-microsoft-um-oligopolio
    https://diplomatique.org.br/wp-content/uploads/2023/04/Logo_Le_Monde_Diplomatique.png

    Hervé Le Crosnier
    1 de outubro de 2008

    Pesquisa on-line
    O mercado de pesquisa on-line varia muito de país para país. Na França, o Google amealhou 87% do conjunto das buscas feitas pelos internautas em 2007. Nos Estados Unidos, sua fatia de mercado chega aos 62%, enquanto no Japão o Yahoo é o líder. Na China, quem domina é a ferramenta de pesquisa local Baidu. Caso se concretize, um grupo resultante da fusão entre Yahoo e Microsoft Live Search representaria cerca de 32% das buscas feitas nos Estados Unidos, ou seja, metade da fatia do Google.

    Publicidade
    Nos Estados Unidos, principal mercado de publicidade on-line dos sites de busca, o Google captaria aproximadamente 24% da receita publicitária da Internet, contra 12% do Yahoo e um pouco menos da Microsoft. Os dados variam em função dos modelos publicitários: pagamento por clique de acesso, no caso da micro-publicidade, ou por número de banners vistos, no caso dos anúncios tradicionais.

    Número de acessos
    Nos Estados Unidos, as três empresas se equiparam: em dezembro de 2007, Yahoo tinha 136,6 milhões de acessos, Google 132,9 milhões Microsoft 120 milhões. O trio era seguido de perto pela AOL (119,5 milhões) e pela Fox (81,8 milhões, ligados principalmente ao uso do MySpace. Em termos de quantidade de acessos, o Google está na frente, com 588 milhões de acessos, seguida pelos sites da Microsoft (540 milhões) e do Yahoo (485 milhões).

    A empresa derivada da fusão Yahoo-Microsoft seria majoritária em número de acessos demonstrando a superioridade da dupla no que diz respeito a e-mail e mensagens instantâneas via Messenger, mas continuaria atrás do Google no que diz respeito a traduzir essa superioridade em ganhos com publicidade.

    Fontes: Comscore media metrix; Stratégies, 7 de fevereiro de 2008 ; Antone Gonsalves, ” Google’s Share Of U.S. On-line Ad Market Dips “, www.informationweek.com, 13 de fevereiro de 2008 ; ” Google écrase toujours le marché de la recherche en France “, www.zdnet.fr, 7 février 2008.

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    français — Des marchés âprement disputés

    Hervé Le Crosnier é pesquisador da Universidade de Caen.

    #Hervé_Le_Crosnier #Brésilien

  • Movimentos tectônicos no planeta Internet - Le Monde Diplomatique
    https://diplomatique.org.br/movimentos-tectonicos-no-planeta-internet
    https://diplomatique.org.br/wp-content/uploads/2023/04/Logo_Le_Monde_Diplomatique.png

    Marrant de retrouver une version en brésilien d’un article.

    A oferta pública de compra da Yahoo, feita pela Microsoft, atesta a batalha campal vivida pelas principais operadoras do setor. Está em jogo o controle da publicidade na Internet, cujas formas cada vez mais sofisticadas aguçam o apetite industrialHervé Le Crosnier

    Hervé Le Crosnier
    1 de outubro de 2008

    É fato que as tecnologias ligadas à Internet levam a uma concentração aguda. Na mídia, “o efeito rede” – em que o valor de uma rede aumenta proporcionalmente à quantidade de conexões que permite – tende a favorecer de modo descomunal quem está no topo [1]. Uma diferença de alguns pontos no índice de acessos se traduz em desigualdades astronômicas na alocação de budgets publicitários.

    Desde o início do milênio, parte significativa e crescente dos investimentos publicitários, antes destinados apenas à televisão, rádios e veículos impressos, se reorienta para as redes, especialmente a Internet e a telefonia móvel. Estimado em 40 bilhões de dólares em 2007, o mercado mundial da publicidade on-line deve dobrar até 2010, de acordo com a Microsoft [2]. Conforme o princípio do “quem pode mais, pode tudo”, uma grande parte desse maná beneficiará a operadora que tiver mais acessos. Como conseqüência direta, a guerra para captar a clientela crescente entre Google (588 milhões de acessos em dezembro de 2007), Microsoft (540 milhões) e Yahoo (485 milhões) [3] está cada vez mais feroz.

    Essas grandes empresas de Internet transformam-se em verdadeiras agências de publicidade, mesclando as estratégias de mídia, de compra de espaço e de criação de campanhas. Conhecido por sua ferramenta de pesquisa, o Google foi a primeira operadora publicitária da rede. Ao inaugurar, em 2006, um laboratório de pesquisa especializado em novas formas de publicidade (AdCenter Labsn [4]), a Microsoft indicou a orientação geral do setor: as proezas técnicas a serviço do usuário são, na verdade, pretextos para tornar mais rentável ainda a indústria da influência. Surge daí um modelo econômico que se baseia em dois princípios. Um, emprestado das mídias tradicionais, consiste em vender aos anunciantes um público massivo: quanto mais um site é visitado, mais seu espaço publicitário se valoriza. O outro se resume a comercializar um público mais reduzido, identificado a partir dos rastros deixados pelos internautas durante a navegação, tais como compras on-line, pesquisas e inserção de dados pessoais nos “sites de relacionamento”. Cada indício é coletado e analisado. Por conhecerem todos os passos dos usuários, desde o começo da busca a um produto até a concretização de sua compra, Google e Yahoo podem oferecer aos anunciantes um público de perfil específico e, conseqüentemente, mais eficaz. Sua tarefa principal consiste em organizar grandes bancos de dados com as “intenções” dos clientes potenciais, para em seguida explorá-las comercialmente.

    A esses dois princípios correspondem duas estratégias publicitárias. A primeira introduz os banners nas páginas. Trata-se de simples decalques personalizados, inserções como as que encontramos nos jornais. É o modelo do “reforço de marcas”, dominado pelo Yahoo. Da mesma forma que ocorre na televisão, esse tipo de publicidade é vendido em função do número de vezes que a mensagem foi exposta (conhecido como custo por milhar, ou “CPM”, em que o veículo recebe um determinado valor a cada mil exibições do seu anúncio). Sua expansão requer o rastreamento dos usuários nas diversas mídias que eles freqüentam, a fim de apresentar para cada um deles uma publicidade que não lhes pareça invasiva. Assim, as pesquisas que procuram adaptar os bannners ao contexto de leitura excitam a gula dos gigantes da Internet. Tanto que, em 2007, o Yahoo comprou a BlueLithium e a RightMedia, duas agências especializadas em publicidade digital e focagem comportamental, visando otimizar a inserção de anúncios nos variados suportes (música, vídeo, etc.). O Google, por sua vez, adquiriu o Doubleclick, principal fornecedor de banners publicitários às mídias digitais [5], bem como a AdscapeMedia, que concebe tecnologias de inserção de anúncios em jogos de vídeo. Isso sem falar do Publicis, quarto grupo mundial de comunicação que recentemente comprou uma agência chinesa de marketing interativo, a Communication Central Group. Aliado hoje ao Google, o Publicis visa o mercado dos países emergentes: suas economias em desenvolvimento se orientam diretamente para a publicidade digital, principalmente graças à telefonia celular [6].

    A segunda estratégia explora as particularidades da Internet. Não se trata mais de “reforçar as marcas” no ambiente predileto do consumidor, mas sim de conhecer suas intenções para se adiantar às suas expectativas. Nessa lógica, as operadoras tentam criar um “espaço de mercado” que permita aos anunciantes ou vendedores de bens e serviços encontrarem seus futuros clientes por meio de uma publicidade calculada, em uma dupla relação: o conteúdo da página acessada e o conhecimento do perfil do usuário. Esse modelo, inventado pelo Yahoo, mas desenvolvido principalmente pelo Google, aparece em pequenas inserções de textos, bastante discretas e sem efeitos visuais de criação, nas páginas dos blogs e dos jornais on-line (adSense) ou nas laterais dos resultados de busca nos sites de pesquisa (adWords). Diferentemente do sistema anterior, essas publicidades não são pagas pelo anunciante a não ser que o internauta se mostre suficientemente atraído pela oferta a ponto de clicar no link proposto e acessar o serviço oferecido (custo por clique, ou “CPC”).

    A partir desse momento, é importante maximizar a adaptação da inserção publicitária às “necessidades” do usuário. Ao utilizar um sistema de busca on-line, o próprio internauta define suas questões pontuais. Os anunciantes respondem diretamente a elas, oferecendo na página de resultados um serviço que corresponde aos termos utilizados na procura. Entra em funcionamento um verdadeiro “mercado de palavras-chave”: aquela empresa que estiver disposta a pagar mais caro para que um internauta clique sobre seu nome ou endereço estará no começo da lista. Na escala da Internet, esse método abre à operadora do “espaço de mercado” a perspectiva de lucros faraônicos, a partir da multiplicação de pequenas somas. Uma relação próspera de palavras-chave, acompanhada de um sistema transacional eficaz, é a base para a força do Google, que concentra 62,4 % das buscas on-line.

    Se a publicidade na Internet continua variada é porque essas duas estratégias se combinam, se completam, mas também se diversificam. As operadoras querem acentuar a mira sobre o perfil dos usuários, para concentrar mais os produtos e oferecer um arsenal multiserviços aos anunciantes. É por querer se manter no centro da inovação publicitária e se beneficiar das posições estratégicas instaladas pelo Yahoo que a Microsoft propõe essa fusão. O marketing, entretanto, não é a única coisa que está em jogo.

    Claro, a Microsoft conseguiu é líder mundial entre as empresas de informática graças ao sistema Windows e a seus programas (softwares). No entanto, o Google, preocupado com a diversificação de suas atividades e com a manutenção da clientela no interior de sua rede, sacudiu essa hegemonia ao introduzir softwares on-line. Com esse modelo, batizado de “software as a service” (SaaS), os usuários não compram mais “produtos”, mas utilizam as ferramentas disponibilizadas pelos servidores do Google ou do Adobe, outro ator importante. Os softwares livres e partilhados representam para a Microsoft um perigo tanto mais real porque se ajustam às novas práticas empresariais.

    Mas a empresa de Bill Gates está bem colocada para se afirmar nesse novo mercado: precisa apenas se reposicionar como um agente especializado. É essa legitimidade que a multinacional procura junto ao Yahoo. Além disso, a falta mundial de profissionais de informática também leva a Microsoft a querer absorver os 14 500 funcionários da empresa visada. Mas isso não seria nem simples nem automático: a cultura técnica desses profissionais, que trabalham principalmente em programas livres, difere muito do padrão dos 80 mil assalariados de Gates. Seria um erro desprezar essa consideração ao analisar o projeto de fusão.

    Nesse sentido, o Google é um exemplo: soube encontrar uma forma de gerenciamento adaptada à mentalidade e ao modo como os empregados se relacionam com o trabalho. Cada um deles pode dedicar 20% de seu tempo no escritório a seus “projetos pessoais”. Em um universo em que a renovação do conhecimento e das competências é contínua e a implicação dos envolvidos contribui de modo decisivo para a qualidade do produto final, a gestão do pessoal inclui tanto a preocupação com o ambiente de trabalho, quanto com o respeito pela individualidade dos envolvidos, até mesmo por seus sonhos.

    Antes de provocar esse choque eventual de culturas empresariais, porém, é preciso que a fusão obtenha o aval dos órgãos reguladores. Ao saberem da possibilidade de união, seus oponentes reagiram de imediato, ressaltando a envergadura anti-concorrencial do conglomerado que decorreria dela. A Microsoft insiste no novo equilíbrio do mercado publicitário, enquanto o Google observa que com os 500 milhões de contas de e-mail fundidas do Yahoo e do Hotmail (grupo Microsoft), contra 51 milhões de usuários de Gmail (Google), a dupla teria uma ampla hegemonia na esfera de correio eletrônico e de mensagens instantâneas (Messenger). A Europa foi convocada a desempenhar o papel de juiz nessa frente regulamentar. A ver.

    traduções deste texto >&gt

    Hervé Le Crosnier é pesquisador da Universidade de Caen.

    #Hervé_Le_Crosnier #Brésilien

  • #Pesticides – Un #colonialisme_chimique

    Un essai percutant pour comprendre la gravité du problème des pesticides pour la #santé_humaine et l’#environnement, et remettre en cause le modèle agro-industriel mondial dominant et profondément inégal.

    Les pesticides, présents dans l’eau et l’alimentation de toute la population ou presque, font désormais partie de notre quotidien. Cet usage massif, nocif pour la santé humaine et l’environnement, est une conséquence directe de la mainmise de l’agro-industrie qui domine physiquement et idéologiquement toute la planète.

    Dans ce scénario mondial, le #Brésil occupe une place spéciale : il est le plus grand consommateur mondial de pesticides, lesquels sont produits en majorité par des #multinationales européennes. L’Europe exporte ainsi ces poisons qu’elle ne veut plus chez elle, et intoxique les corps et les terres étrangères. Cynique colonialisme chimique…

    Mais par l’#effet_boomerang de la #mondialisation, ces pesticides reviennent sur notre continent par le biais des #produits_agricoles brésiliens, dans un cercle d’#empoisonnement qu’il convient de briser en interdisant ces produits ici et là-bas.

    https://www.anacaona.fr/boutique/pesticides-un-colonialisme-chimique
    #colonialisme #agro-industrie #industrie_agro-alimentaire

    • « L’agriculture brésilienne intéresse démesurément les industries agrochimiques européennes »

      Dans « Pesticides. Un colonialisme chimique », la géographe Larissa Mies Bombardi pointe la responsabilité de l’agrobusiness européen dans le désastre des écosystèmes brésiliens et l’intoxication des populations autochtones. Entretien.

      C’estC’est un petit livre au titre coup de poing. Pesticides. Un colonialisme chimique, sorti cet hiver aux éditions Anacaona, nous fait prendre conscience, cartes et chiffres à l’appui, de la proximité du désastre causé par l’agriculture brésilienne. Dopée aux pesticides, permise par une déforestation à grande échelle, cette agriculture est très liée à la nôtre : c’est de là que vient le soja qui nourrit, en France, les élevages intensifs de porcs et de volailles… Et c’est là que sont exportés quantité de produits chimiques fabriqués en Europe, depuis longtemps interdits sur nos sols.

      L’autrice, Larissa Mies Bombardi, est géographe. Il y a trois ans, elle a dû quitter son pays, le Brésil, pour se réfugier en Belgique. Son travail dérange. À partir d’une cartographie des quantités épandues de pesticides et du nombre de personnes affectées par ces produits, elle établit des liens directs entre utilisation de produits phytosanitaires et pathologies humaines, et raconte la profonde asymétrie entre les pays producteurs de pesticides et ceux qui les consomment. Mediapart a pu la rencontrer à l’occasion de son passage à Paris. Entretien.

      Mediapart : Vous êtes exilée en Belgique. Pourquoi ?

      Larissa Mies Bombardi : En 2016-2017, alors que j’étais en postdoctorat en Écosse, j’ai travaillé à la réalisation d’un grand atlas, de plus de cent cinquante cartes, sur l’impact des pesticides au Brésil sur les femmes, les enfants et les populations autochtones. J’y ai mis en évidence des « cercles d’empoisonnement », en lien avec les quantités de pesticides autorisées pour chaque culture au Brésil. Et pour chaque agrotoxique fabriqué en Europe mais interdit sur place, j’indiquais les exportations vers le Brésil.

      Cet atlas a d’abord été publié en portugais. En 2019, il a été traduit en anglais par l’université de São Paolo, puis mis en ligne sur leur site. C’est à ce moment-là que tout a basculé. Ma carrière a été attaquée. On m’a accusée de vouloir abîmer l’image de l’agriculture brésilienne durable et de mentir. C’était difficile à supporter émotionnellement.

      Mais c’est allé plus loin. Au lendemain d’une interview dans un journal télévisé, où je dénonçais les pulvérisations aériennes de pesticides, j’ai reçu par e-mail les menaces de quelqu’un se présentant comme « pilote de l’aviation agricole ». Ce genre de message s’est ensuite multiplié. Après avoir pris connaissance de mon atlas, le directeur d’une grande chaîne suédoise de supermarchés bio a par ailleurs décidé de boycotter les produits brésiliens.

      Agrotoxique : le Brésil devrait exporter ce mot.

      Plusieurs personnes m’ont conseillé de quitter le pays, puis il y a eu le covid et la fermeture des frontières. En août 2020, j’ai été séquestrée pendant plusieurs heures avec ma mère dans notre maison. Nous avons été enfermées dans la salle de bain pendant que trois hommes mettaient la maison sens dessus dessous, et mon ordinateur a été emporté. C’est là que j’ai dû me décider à quitter le Brésil. Il a fallu encore attendre la réouverture des frontières, et l’acceptation de ma candidature pour un postdoctorat à l’Université libre de Bruxelles. J’ai réussi à partir avec mes deux enfants en avril 2021.

      Avez-vous l’intention de revenir un jour au Brésil ?

      Y vivre pour l’instant est inenvisageable pour moi, mes recherches continuent de me mettre en danger. Pour des événements cependant, j’y retourne si l’on peut me garantir une sécurité. C’était le cas pour une conférence organisée le 27 juin à Brasília avec l’Alliance internationale sur les standards de pesticides [Ipsa, une organisation soutenue par l’ONU qui milite pour un cadre international de régulation des pesticides et vise, sur le long terme, l’élimination progressive de ces substances – ndlr] à laquelle j’ai pu me rendre, grâce à une protection assurée par le Mouvement des sans-terre.

      Une autre conférence se tiendra à Bruxelles en octobre. Nous cherchons à obtenir l’interdiction, au niveau mondial, des épandages aériens de pesticides, ainsi que des substances les plus toxiques. Il faut que les mêmes règles s’appliquent dans tous les pays.

      « En plus d’être le triste champion du monde de l’utilisation d’agrotoxiques, le Brésil se classe également parmi les pays où le taux de violence dans les campagnes est le plus élevé, et est en tête du classement des assassinats de défenseur·es de l’environnement, avec 342 meurtres entre 2012 et 2021 », écrivez-vous. Le climat d’hostilité à l’égard de la cause écologique et du monde militant n’a-t-il pas changé après la fin de l’ère Bolsonaro et le retour de Lula au pouvoir ?

      Lula a créé ce ministère des droits humains, avec un programme spécial pour les victimes de persécution. Il y a une reconnaissance des conflits et de la vulnérabilité. Mais les violences continuent dans le pays, le danger est toujours là.

      Votre atlas fournit la matière de votre livre publié chez Anacaona. À partir de quelles données avez-vous travaillé ?

      J’ai utilisé les données du ministère de la santé brésilien sur les populations intoxiquées qui se sont rendues à l’hôpital. Ce sont des données accessibles au Brésil, contrairement à la France et à plusieurs pays européens. Une ONG européenne, PAN [Pesticide Action Network – ndlr], se bat d’ailleurs pour obtenir cette transparence.

      Dans la majeure partie des cas, il s’agit d’intoxication aiguë : le produit a été respiré ou s’est retrouvé en contact avec la peau des gens.

      Ce n’est que la partie émergée de l’iceberg. Le problème est beaucoup plus vaste. Il y a énormément de maladies de Parkinson, de problèmes hormonaux… Mais comme ces pathologies sont multifactorielles, il est difficile de les relier à un seul phénomène. On estime que, pour un cas déclaré, cinquante ne le sont pas. Et seulement 5 % des cas enregistrés concernent des maladies chroniques.

      En outre, dans les questionnaires médicaux, la question de la profession n’apparaît pas. Autrement dit, on ne sait pas s’il s’agit d’agriculteurs ou d’agricultrices.

      Tout cela n’est guère étudié au Brésil. Dans les écoles de médecine, par exemple, la toxicologie au travail n’est pas une discipline obligatoire.

      J’ai croisé ces données avec les chiffres d’utilisation de pesticides par État, région et commune. J’ai superposé tout ça, et cela montre combien les populations des zones agricoles sont touchées par les pesticides. Le Mato Grosso [État du centre-ouest qui partage une frontière avec la Bolivie – ndlr], avec ses gigantesques cultures de soja, est la région où l’on trouve le plus de victimes.

      Dans votre livre, vous parlez d’« agrotoxiques » plutôt que de pesticides ou de produits phytosanitaires. Pourquoi ce choix lexical ?

      Le terme a été créé à la fin des années 1970 par l’agronome brésilien Adilson Paschoal. Depuis, il est dans notre loi et dans notre Constitution. Il est d’une importance politique capitale, car il dit que la substance, en soi, est toxique. Le Brésil devrait exporter ce mot !

      Pesticide – pesticida en portugais –, selon moi, est un mauvais terme. Peste, en portugais, désigne une maladie, un animal nuisible, mais aussi le diable. Comme dans d’autres langues, cela donne à ce mot une connotation erronée.

      Nous avons des technologies modernes, un processus de déforestation […] et un génocide des populations autochtones.

      Le Brésil est le pays au monde qui consomme le plus d’agrotoxiques. C’est peut-être pour cela qu’on a réussi à définir plus justement le problème. Cela dit, il y a eu des tentatives pour changer les termes de la loi. Dans le cadre du « paquet empoisonné » – ensemble de textes négocié sous Bolsonaro, surnommé ainsi par ses détracteurs –, une proposition avait été d’intituler la nouvelle loi « loi des défenseurs agricoles » ou « loi des pesticides ». Le texte, qui accélère les processus d’homologation des produits, a été malheureusement adopté. Mais Lula a mis son veto au changement de terme.

      Pouvez-vous nous donner quelques ordres de grandeur sur la consommation de produits chimiques dans l’agriculture brésilienne ?

      En 2023, le Brésil a consommé 700 000 tonnes d’agrotoxiques, pour environ 92 millions d’hectares de terres agricoles. On est sur une pente ascendante. La quantité a augmenté de 78 % en dix ans. Dans le même temps, elle a diminué de 3 % en Europe [qui compte environ 162 millions d’hectares de terres agricoles – ndlr].

      Y a-t-il une prise de conscience dans le pays de la toxicité de ces produits ?

      Oui, elle se développe depuis une dizaine d’années. Un mouvement important s’est formé autour d’une campagne nationale « contre les agrotoxiques et pour la vie », elle-même liée au mouvement des paysans sans terre. Des liens se sont noués avec d’autres entités de la société civile : associations de consommateurs, WWF, Greenpeace… Toutes ces organisations travaillent ensemble et, désormais, pour beaucoup de candidates et candidats aux élections municipales, ce sujet fait partie de leur programme.

      Votre livre fait explicitement référence à Karl Marx. Qu’apporte-t-il dans l’analyse que vous faites aujourd’hui de la consommation de pesticides du Brésil ?

      Dans la section du Capital intitulée « L’accumulation primitive du capital », Marx raconte ce moment où les paysannes et paysans écossais sont expulsés, au cours du processus d’enclosure qui supprime les cultures pour les transformer en pâturages. Cela ressemble beaucoup à ce qui se passe dans les campagnes brésiliennes encore aujourd’hui.

      Je me sers également des idées de Rosa Luxemburg, pour qui les formes de travail qui accompagnent le développement du capitalisme ne sont pas nécessairement des formes de travail capitalistes. C’est ainsi que l’esclavage est contemporain du développement des relations de travail moderne.

      Ces auteurs m’aident à comprendre ce moment complexe que nous vivons au Brésil. Nous avons, dans le même temps, des technologies modernes, un processus de déforestation, des relations de travail analogues à de l’esclavage, et un génocide des populations autochtones. Tout cela pour les intérêts des grandes multinationales productrices de pesticides.

      Des multinationales qui perpétuent un schéma colonialiste… « La pulvérisation de pesticides n’est ainsi que la dernière modalité de la violence historique exercée contre les populations autochtones et paysannes au Brésil », écrivez-vous.

      Oui, et sur cette lecture coloniale, je m’inspire des travaux du géographe Porto-Gonçalves. Il parle notamment de « colonialité » pour décrire la structure sociale de l’Amérique latine, où une portion minime de la population contrôle une part énorme des terres, et où les propriétaires fonciers sont surreprésentés dans les institutions politiques et judiciaires. Ces sociétés se sont structurées sur l’inégalité et l’exclusion : les esclaves étaient exclus de la terre. En bénéficient une petite élite et des intérêts économiques extérieurs.

      Comme les exportations brésiliennes de canne à sucre au XVIIe siècle, le modèle agro-exportateur du pays aujourd’hui intéresse démesurément les industries agrochimiques européennes, et ces entreprises exercent un lobby directement sur le Congrès brésilien. La France et l’Union européenne, en exportant des produits interdits chez elles, sont également responsables de cette situation.

      Quelles sont ces cultures que l’on arrose de pesticides ?

      Plus de 50 % des agrotoxiques utilisés au Brésil le sont pour le soja OGM. Ensuite, on trouve le maïs, la canne à sucre, le coton, puis le pâturage.

      La molécule la plus utilisée est le glyphosate, avec un autre herbicide, le 2.4-D [un composant de l’« agent orange », utilisé à large échelle durant la guerre du Vietnam – ndlr]. On trouve également en grandes quantités l’herbicide atrazine et l’insecticide acéphate, tous deux depuis longtemps interdits en Europe.

      Les aliments produits au Brésil et exportés vers le Vieux Continent contiennent des résidus de ces produits : la contamination ne concerne donc pas seulement la population brésilienne.

      https://www.mediapart.fr/journal/france/170724/l-agriculture-bresilienne-interesse-demesurement-les-industries-agrochimiq

  • Les femmes sans terre construisent des territoires libres : 40 ans de lutte pour la réforme agraire au Brésil

    Le Mouvement des travailleurs ruraux sans terre (MST) célèbre 40 ans de lutte et de mobilisation contre la violence sexiste dans les campagnes

    Pour changer la société
    Selon notre volonté
    et participer sans avoir peur d’être une femme !
    (Chanson tirée du recueil de chansons populaires féministes)

    Dans le climat politique de résistance et de transformation sociale qui a imprégné l’Amérique latine des années 1970 et 1980, plusieurs instruments politiques de la classe ouvrière se sont formés au Brésil, dont le Mouvement des travailleurs ruraux sans terre (MST). De même qu’il est impossible de concevoir cette résistance révolutionnaire sans tenir compte de l’importante participation des femmes au sein des différents fronts de lutte, il est également impossible de penser au 40e anniversaire du MST sans appréhender cette participation comme une construction qui se produit à travers différents espaces – depuis les occupations, l’organisation des « acampamentos » et des « assentamentos », au sein de la formation et jusque dans les instances.

    https://entreleslignesentrelesmots.wordpress.com/2024/06/21/les-femmes-sans-terre-construisent-des-territo

    #international #brésil

  • L’héritage olympique vu de la #favela : quelles transformations spatiales à l’échelle du quartier ?
    https://metropolitiques.eu/L-heritage-olympique-vu-de-la-favela-quelles-transformations-spatial

    À partir d’une enquête conduite dans deux favelas de #Rio_de_Janeiro, Joana Sisternas interroge par le bas l’« héritage » des #Jeux_olympiques de 2016, décrivant des transformations du bâti et l’apparition de nouvelles activités commerciales et touristiques. L’héritage des méga-événements sportifs est (devenu) un enjeu majeur pour les villes organisatrices. Le pouvoir de promotion des villes et l’effet catalyseur que ces événements sont supposés exercer sur leur développement économique et urbain constituent #Terrains

    / Jeux olympiques, favela, #tourisme, Rio de Janeiro, #Brésil, #Amérique_latine, #méga-événement

    https://metropolitiques.eu/IMG/pdf/met-sisternas.pdf

  • Députés et députées, voulez-vous que les enfants soient des mères ? Non au projet de loi 1904/2024 !

    A la hâte et dans le but évident d’empêcher une discussion qualifiée, hier, 4 juin, un vote sur une motion d’urgence visant à accélérer le traitement du projet de loi 1904/2024 a été inscrit à l’ordre du jour de la plénière.

    Ce projet de loi vise à criminaliser l’avortement légal à plus de 22 semaines de gestation et à rendre la peine pour cette procédure identique à celle encourue pour un simple homicide.

    Le scénario est grave ! Il est important de rappeler que, depuis le mois de mai, la situation du taux élevé de grossesses d’enfants résultant d’un viol et les obstacles à l’accès à l’avortement légal dans le pays ont été analysés par l’ONU, dans le cadre de l’examen du pays par le Comité pour l’élimination de toutes les formes de discrimination à l’égard des femmes (CEDAW).

    https://entreleslignesentrelesmots.wordpress.com/2024/06/10/deputes-et-deputees-voulez-vous-que-les-enfant

    #brésil #avortement

  • La Fleur de Buriti

    A travers les yeux de sa fille, Patpro va parcourir trois époques de l’histoire de son peuple indigène, au cœur de la #forêt brésilienne. Inlassablement persécutés, mais guidés par leurs rites ancestraux, leur amour de la nature et leur combat pour préserver leur liberté, les #Krahô n’ont de cesse d’inventer de nouvelles formes de #résistance.

    https://www.youtube.com/watch?v=sWDHI-T50c8


    https://www.advitamdistribution.com/films/la-fleur-de-buriti
    #peuples_autochtones #Brésil #film #documentaire #film_documentaire #persécution #massacre_de_Krahô #Amérique_latine

  • 1ère Conférence internationale antifasciste au Brésil en mai prochain

    Les sections de la région brésilienne du Rio Grande do Sul du Partido dos Trabalhadores (PT) et du Partido Socialismo E Liberdade (PSOL) tiendront une première conférence internationale antifasciste sur le thème de Pour une démocratie véritable et contre l’extrême droite. L’événement vise à réunir du 17 au 19 mai 2024 des représentant.es de différents partis de gauche de la planète. Voici l’appel qui vient d’être rendu public.

    https://entreleslignesentrelesmots.wordpress.com/2024/04/28/1ere-conference-internationale-antifasciste-au

    #brésil #extremedroite