#givors

    • Version française, que j’ai découverte après, ici :
      https://twitter.com/VictorPereir1/status/1245355065046687744

      Aproveito o confinamento para rever milhares de fotografias tiradas em vários arquivos franceses e portugueses.
      Vou fazendo uns threads sobre a história da imigração portuguesa em França no século 20.
      Começo pelo início : a Primeira Guerra mundial

      Tudo começa em #1916.
      No século 19 e início do século 20, os Portugueses emigravam muito mas iam principalemente para o Brasil.

      Quase não havia trabalhadores portugueses em França antes de 1916. No fim do século 19, até os censos franceses deixaram de contar Portugueses.

      Porque é que isto muda em 1916 ?
      A França está em guerra e precisa de braços : os homens estão, na maioria, a combater e é necessário aumentar a produção de armas.
      Procura-se mão-de-obra em toda a parte. Recrutam-se trabalhadores nas colónias francesas e até na China.

      Em 1916 começa-se a pensar na hipótese de fazer vir Portugueses. Porquê ?
      O governo de Lisboa – com #Afonso_Costa e #Norton_de_Matos – pretende entrar na guerra europeia (por vários motivos que não posso explicar aqui) e oferece os seus préstimos militares à Inglaterra e à França

      A França aproveita a oportunidade e pede trabalhadores (o que não era a ideia do governo português que queria apenas mandar soldados)
      Mas para conseguir o seu objetivo principa, o governo português cede.

      Em 28 de outubro de 1916, depois de várias semanas de negociações (e de desentendimentos) é assinado um acordo que permite a vinda detrabalhadores portugueses em França.

      Os trabalhadores – que devem ter mais de 32 anos ou estarem livres das obrigações militares – podem obter um contrato de trabalho válido 6 meses

      O governo francês envia a Portugal #Georges_Le_Gentil – especialista de literatura espanhola que mais tarde será um dos precursos do ensino do português e da língua portuguesa em França – para recrutar a mão-de-obra.

      Não se sabe nada, nesta altura, sobre os trabalhadores portugueses porque não existia uma corrente migratória prévia.
      Vários estereótipos nascem neste período. Privilegia-se o recrutamento no norte de Portugal para evitar os lisboetas e alentejanos considerados mais politizados

      Le Gentil instala uma missão francesa de recrutamento da mão-de-obra no Porto. Nas cartas que envia para Paris Le Gentil fala dum Portugal que sofre com as consequências da guerra e com a fome

      Entre 15 000 e 2000 homens chegam em França (por barco ou por comboio). Instala-se um depósito de trabalhadores em Bayonne, no Sul da França, para receber os trabalhadores e envia-los onde foram contratados.

      Os trabalhadores são dispersos em várias áreas, trabalhando em fábricas de guerra em Montluçon, em Givors, perto de Lyon, em Rouen.
      Alguns trabalham nas florestas como lenhadores.
      (aqui nota-se já a presença de emigrantes vindos de Tomar, Pombal e Vila Nova de Ourém)

      O objetivo das autoridades é tirar uma produtividade máxima dos trabalhadores coloniais e estrangeiros.
      É feito um esforço para oferecer comida adatada aos trabalhados. Um dos conselhos dado para agradar os portugueses é propor bacalhau

      Durante a guerra, as autoridades francesas tentam controlar as deslocações dos trabalhadores estrangeiros. Teme-se os espiões. Asim, é em 1917, que aparecem os primeiros bilhetes de identidade que devem ter os estrangeiros.

      Teme-se também que os trabalhadores mudem de patrão para ter melhores salários (originando uma subida dos salários). Outro motivo para vigiar de perto os Portugueses como aqui em Montluçon.

      Como a imensa maioria dos trabalhadores portugueses nunca foram à escola, temos muito poucos documentos escritos por eles.
      Como viviam a vida na fábrica ? como viviam em barracas ? como é que viviam sem saber falar francês num país onde quase ninguém falava português?

      Aqui temos um dos raros documentos escrito por um operário português numa fábrica de #Givors.
      Nota-se a escrita insegura

      No fim da guerra, a maioria dos trabalhadores volta para Portugal. Mas alguns ficam em França, renovando o contranto ou mudando de fábrica.
      Veremos noutro thread o que se passa nos anos 1920 !

      #WWI #première_guerre_mondiale #travailleurs_étrangers #effort_de_guerre #accord #accord_bilatéral

    • Segundo thread sobre a história da imigração portuguesa em França.
      Desta vez, vou falar dos anos 1920. Nesta década a França é o principal país de imigração no mundo.
      Pelo menos 75 000 Portugueses vão emigrar em França nestes anos


      Depois da Primeira Guerra mundial, a França precisa de mão-de-obra estrangeira (já era o caso antes e durante a Guerra).
      A Grande Guerra provocou a morte de quase 1,4 milhão de pessoas, centenas de milhares de pessoas ficaram inválidas (os famosos gueules cassées)

      O norte e o leste do país foram destruídos pelos bombardeamentos e os combates.
      Algumas cidades foram quase completamente destruídas como aqui Arras, no Pas-de-Calais

      As autoridades francesas pretendem atrair imigrantes mas querem escolhê-los.
      A ideia é que é preciso atrair trabalhadores europeus – Portugueses incluídos – porque são considerados assimiláveis.
      Os trabalhadores que vinham das colónias e da China são mandados embora

      Em 1919-1920, a França assina acordos de mão-de-obra com a Itália, a Polónia e a Checoslováquia.
      Uma proposta é feita ao governo português mas é recusada. Já nesta época, a vontade é de guardar a mão-de-obra (para manter os baixos salários) e enviar colonos em Africa

      Assim, nos anos 1920, milhares de Polacos (500 000), de Italianos (alguns fugindo o fascismo), de Espanhois e de Russos chegam em França

      Em 1931, a França é o país que conta a % mais forte de estrangeiros (mais que os USA que limitaram fortemente as entradas em 1920 e 1924 com quotas)
      Apesar da ausência de acordo, uma imigração portuguesa desenvolve-se.
      Um depósito para acolher os trabalhadores portugueses é criado perto da estação de comboio de Hendaye, junto à fronteira espanhola

      O depósito abre em 1 de Junho de 1919.
      Este criação não agradou muito as autoridades municipais : teme-se que os trabalhadores portugueses possam introduzir doenças (como a gripe espanhola – que não era espanhola)

      O papel do depósito é de receber os trabalhadores, vacina-los, verificar os documentos e contrato de trabalho (não caso de o trabalhador ter tal contrato), dar contratos de trabalho aos que não tinham contatos prévios

      Tira-se fotografias dos trabalhadores que, muitas vezes, viajaram bem vestidos. Mas muitos deles não assinam o salvo-conduto que lhes é dado para prosseguir viagem, não sabendo ler e escrever

      Esta imigração serve perfeitamente os objetivos das autoridades francesas que conseguem diversificar a mão-de-obra estrangeira.
      Em período de desemprego, fecha-se o depósito e a fronteira e os imigrantes ficam bloqueados em Irun, do #lado espanhol.

      Entre 1920 e 1930, 71 472 Portugueses passam pelo depósito

      Quem são e onde é que vão trabalhar os Portugueses?

      Em primeiro lugar, 85% são homens que pensam ficar apenas alguns meses

      Muitos vão nas regiões ditas libertadas, no norte e no leste.
      Algumas cidades como Reims foram quase completamente destruídas.
      Em 1924, vivem 3500 Portugueses em #Reims

      O fato dos estrangeiros irem reconstruir cidades destruídas não impede discursos racistas.
      nesta notícia de 1920 é dito que os estrangeiros – incluído os Portugueses - são perigosos e podem introduzir doenças (não se pensa no covid-19 mas na gripe espanhola)

      Depois desta notícia um inquérito é feito junto dos trabalhadores portugueses que tinham chegado recentemente (alguns estavam doentes)

      Encontra-se também portugueses no #Pas-de-Calais e na Somme, zonas onde combateu o Corpo Expedicionário Português em 1917-1918

      Alguns soldados ficaram (alguns depois de terem encontrado noivas francesas). Outros, depois duma estadia em Portugal, regressaram na terra que conheciam e onde a mão-de-obra estrangeira era necessária para a reconstrução

      Em 1924 é criado uma sociedade portuguesa de assistência mutual em Arras.
      Esta sociedade junta trabalhadores portugueses e antigos soldados que todos os anos comemoram a batalha de La Lys (9 de abril de 1918)

      No resto do país, trabalhadores portugueses trabalham nas obras e na construção civil. Por exemplo, várias empresas do país basco francês empregam portugueses.
      São trahalhadores pouco qualificados, a maioria é analfabeta

      Também encontram-se trabalhadores portugueses em fábricas – perto de Rouen – ou nas minas – perto de #Saint-Etienne

      Vivem muitas vezes à parte da sociedade francesa, em barracas, em cantinas, junto das obras (como aqui numa cantina junto duma barragem em construção)


      Muitos deles mudam muito frequentemente de patrão e de lugar (para tentar ganhar mais dinheiro e voltar depois para Portugal)

      Sinal que é uma migração temporária, apenas há 15% de mulheres.
      Algumas delas não se limitam a acompanhar o marido : trabalham em fábricas como no caso das indústrias de conservas de peixe do país basco

      No fim dos anos 1920, algumas algarvias – o Algarve tinha uma importante indústria de conservas de peixe mas que entra em crise nos fim dos anos 1920 – vão trabalhar no país basco

      A região parisiense já atrai muitos portugueses que se encontram nos arredores (pobres) de Paris como em Saint-Ouen
      Em 1931, 26% dos Portugueses vivem na região parisiense

      Sinal duma certa estabilização de parte dos Portugueses um Portugal football Club à Paris é criado em Saint-Ouen em 1930

      Estes Portugueses têm muito bom gosto como se pode ver no documento

      Não se sabe muito sobre este clube mais em 1930 ele participa num torneio internacional anti-fascista
      Como veremos o Partido Comunista Francês tenta politizar os Portugueses dos arredores parisienses, nomeadamente em Saint-Ouen

      Além da imigração regular que passava por Hendaye, já existia uma imigração irregular com falsos documentos e travessias clandestinas dos Pirineus com passadores

      Na imprensa da altura, já se critica os passadores e os falsificadores de documentos.
      Um exemplo de 1927

      Mas como os trabalhadores eram na maioria analfabetos, quase não existem documentos escritos por eles e que nos permitem conhecer melhor como (sobre)viviam num país estrangeiro, onde não dominavam a língua

      O próximo thread será sobre um período mais difícil para os Portugueses (e os estrangeiros em geral) : os anos 1930 onde milhares de Portugueses tiveram que sair de França

      Para mais informações sobre os anos 1920 e o depósito de Hendaye, podem dar uma olhadela aqui (mas é em francês)

      https://www.academia.edu/37726596/Trier_et_inspecter_les_travailleurs_%C3%A9trangers_les_d%C3%A9p%C3%B4ts_de

      #sauf-conduit #frontières

    • 3e thread sur l’histoire de l’immigration portugaise en France.
      On arrive aux terribles années 1930 : crise économique, #xénophobie et #expulsions.
      Les Portugais sont loin d’être épargnés et des milliers d’entre eux sont contraints au départ

      On revient d’abord un peu en arrière.
      En 1929 et 1930, 30 000 Portugais arrivent en France.
      En 1930, autant de Portugais partent en France qu’au Brésil, principale destination de l’émigration portugaise jusqu’alors.
      Le Brésil est durement touché la crise économique dès 1930

      En 1931, le recensement français compte 49 000 Portugais (loin des 250 000 Belges, 350 000 Espagnols, 500 000 Polonais, 800 000 Italiens
      La France est alors le premier pays d’immigration au monde

      Les effets du krach de Wall Street touchent la France en 1931.
      Une des conséquences est la réduction des entrées d’immigrés (sauf pour les travailleurs agricoles)
      En août 1932, une loi impose des quotas d’étrangers par profession ou branche de l’industrie ou du commerce

      Le dépôt des travailleurs portugais ferme ses portes au milieu des années 1930.
      Il n’est plus question de faire venir de nouveaux travailleurs.
      Dans les années 30 la France rechigne aussi à accueillir des milliers de réfugiés qui fuient le nazisme et les persécutions franquistes

      En seulement 5 ans, la population portugaise se réduit de 42%.
      Il n’y a plus que 28 000 Portugais selon le recensement de 1936.
      Face aux expulsions, les Portugais n’ont pas un traitement de faveur car ils sont peu nombreux ou prétendument bien "intégrés". Au contraire.

      Les Portugais sont souvent les derniers arrivés – le pic des arrivées est en 1929-1930.
      Derniers arrivés, premiers à être virés par leurs employeurs.
      Ils sont souvent seuls, sans leurs épouses, vivant en marge (dans des garnis, des baraquements). Ils sont désormais inutiles

      La plupart sont en France que depuis quelques mois : ils parlent peu ou mal le français, ils n’ont pas de qualifications particulières, sont peu connus de leurs employeurs ou des maires. Ils sont donc souvent les premiers à être renvoyés.

      Pas d’accord de main-d’oeuvre entre le Portugal et la France. Donc les Portugais ne touchent pas de nombreuses aides sociales dont le chômage (l’allocation est versée par les municipalités et réservée aux Français et aux nationaux d’un pays qui a signé un accord de réciprocité).

      Sans emploi, sans revenus, beaucoup partent donc au Portugal d’eux-mêmes.

      Dans certains cas, ils n’ont pas l’argent pour payer le voyage. Ils obtiennent d’être rapatriés par un consulat portugais (les consulats essaient évidemment de réduire cette dépense)

      Pour réduire ces retours (et la prise en charge financière de ces rapatriements et l’arrivée d’une population sans emploi et potentiellement subversive), les diplomates portugais essaient de défendre leurs ressortissants en France

      Les diplomates demandant qu’on donne des papiers et des allocations chômage aux anciens combattants de la Grande guerre, à ceux étant en France depuis plus de 10 ans, aux mariés avec des Françaises, ou ayant des enfants légitimés de mères françaises.
      Mais c’est du cas par cas

      En 1935, le gouvernement Flandin (droite) finance le #rapatriement des travailleurs étrangers au #chômage. Il s’agit de faire partir le plus possible d’étrangers (communiqué du ministère du travail reproduit dans l’Humanité en mai 1935)

      Dans les années 30, les Portugais ont des difficultés pour rester légalement en France : on ne leur renouvelle pas toujours leur carte d’identité de travailleur, document qu’ils doivent posséder pour rester légalement en France. Sans ce document, ils reçoivent des refus de séjour

      Ne pas avoir d’emploi, travailler dans un secteur où des travailleurs français sont au chômage, autant de motifs pour ne pas renouveler les cartes d’identité.

      On refuse le séjour de Joaquim Alves alors qu’il vit en France depuis 1916. Mais il est sans ressources, ni logement...

      De nombreux Portugais sont donc ainsi refoulés car ils n’ont plus de documents en cours de validité

      Et un des moyens pour les autorités françaises de réduire les étrangers « en trop » (on dit parfois indésirables), c’est de les expulser.
      On expulse alors à tour de bras : après un délit (parfois même mineur comme un vol) les arrêtés d’expulsions tombent

      On expulse aussi ceux dont on considère qu’ils font de la politique (ce qu’un étranger ne doit pas faire). Ainsi, avoir participé à une manifestation ou à une grève, avoir exprimé une opinion politique dans un café, un propos défaitiste en 1939-1940 amène souvent à l’expulsion

      Les Portugais - et les étrangers en général - vivent donc toujours avec cette épée de Damoclès : ils risquent l’expulsion au moindre écart, s’ils osent participer à des mouvements sociaux. L’expulsion permet de brider les revendications de ces travailleurs

      Les motivations fournies par les services de police sont souvent moralistes et reposent parfois sur de simples "mauvaises réputations". Un tel boit, un tel est querelleur.
      Je vous laisse apprécier la prose ci-dessous

      Face à ces pratiques d’éloignement, les Portugais sont souvent démunis : ils sont analphabètes, isolés, ne parlent pas le français, n’ont pas de capital social.
      Beaucoup ne font appel ni à leur consul, ni à leur employeur, ni au maire ou à un député

      Beaucoup disent ainsi accepter de se conformer à l’arrêté d’expulsion qui leur est notifié par les gendarmes ou la police et prétendent rentrer au Portugal (mais certains restent parfois en France dans l’illégalité)

      Il y a toutefois des exceptions. Certains demandent de l’aide : à des amis et/ou à des personnalités politiques.
      Ici un travailleur d’Ivry qui est appuyé par Maurice Thorez, le fils du peuple

      Certains font écrire des lettres par des connaissances françaises.
      Ils plaident leur cause, donnant l’image de l’immigré parfait aux yeux des autorités : un bon travailleur, qui ne fait pas de politique, s’occupe de sa famille et aspire à devenir Français

    • 4e thread sur l’histoire de l’immigration portugaise en France au 20e siècle.
      Cette fois, j’évoque l’exil et les mobilisations politiques entre 1927 et 1939
      Cela parle de révoltes, de grèves, de bombes, d’Espagne et de... Sénégal

      Le 28 mai 1926, des militaires – dont d’anciens officiers ayant participé à la Première guerre mondiale – organisent un coup d’état à Braga, ville plutôt conservatrice du nord du pays
      Les insurgés descendent ensuite vers Lisbonne et prennent le pouvoir, sans trop de résistances

      Ces militaires prétendent « sauver » le Portugal du chaos et mettre fin la domination du Parti Démocratique qui est le plus souvent au pouvoir. La situation financière du pays est mauvaise, notamment à cause des effets de la participation du pays à la Première Guerre mondiale

      C’est la fin de la Première République (1910-1926). Mais tout le monde n’en a pas conscience à l’époque.
      Car cette République a été très instable : 45 gouvernements en 16 ans, des coups d’état, une guerre civile, deux dictatures.

      Beaucoup pensent donc qu’au bout de qqs mois, la situation va revenir à la normale.
      Les militaires du 28 mai 1926 ont d’ailleurs des objectifs différents, certains veulent instaurer une république conservatrice, d’autres une dictature à la Primo de Rivera ou à la Mussolini

      D’ailleurs les militaires sont divisés et le pouvoir reste fort instable.
      Ces divisions permettront à un peu connu professeur de l’Université de Coimbra - António de Oliveira Salazar - de prendre progressivement le pouvoir après son arrivée au ministère des Finances en 1928

      Les dirigeants républicains - qui pour la plupart son restés au Portugal - pensent qu’ils vont pouvoir reprendre le pouvoir et organisent une insurrection avec des militaires fidèles à la république en février 1927 à Lisbonne et à Porto.
      Mais c’est un échec

      Plusieurs dirigeants s’exilent en France et notamment Bernardino Machado, deux fois président de la République (et deux fois chassé par une révolution). A Paris réside déjà Afonso Costa – leader historique républicain - qui n’est pas rentré au Portugal après la PGM

      Au fil des révolutions, la France a accueilli de nombreux exilés portugais : libéraux à la fin des années 1820, républicains chassés par Sidonio Pais en 1917-1918, etc
      Par ex, un des chefs monarchistes - Paiva Couceiro - a vécu dans le pays basque avant la PGM

      En 1927 les exilés républicains fondent la ligue de défense de la République, (la ligue de Paris). Leur objectif est notamment d’éviter que la dictature obtienne une reconnaissance internationale officielle.

      La ligue organise une campagne pour que la SDN ne cautionne pas un emprunt sollicité par le gouvernement portugais pour équilibrer ses comptes fortement déficitaires

      Les exilés essaient aussi de faire tomber la dictature par la force. On appelle cela le reviralho, la volonté de revenir en arrière, à la République. Jusqu’en 1931, plusieurs coups d’état sont planifiés

      Certains sont déjoués par la dictature qui se dote de polices politiques. D’autres explosent comme la révolte à Madère, en Guinée Bissau et aux Açores en avril 1931.
      Mais à chaque fois la dictature militaire résiste. Les insurgés sont emprisonnés et certains d’entre eux envoyés dans les colonies

      Certains déportés dans les colonies – où ils sont laissés en liberté – ne renoncent pas et essaient de reprendre le combat.
      C’est notamment le cas de Silvino Augusto Ferreira, un des plus tenaces opposants à la dictature

      Silvino est né en 1899. Ouvrier à l’arsenal de Lisbonne, un des bastions du mouvement ouvrier portugais, il participe aux organisations du syndicalisme révolutionnaire de tendance anarchiste.

      Dans les années 1920, il est l’un des principaux dirigeants du Parti Communiste Portugais, parti crée en 1921, d’une scission au sein du mouvement anarchiste.
      Il est déporté en Guinée-Bissau en 1928 avec d’autres insurgés à cause de sa participation aux tentatives d’insurrection

      Avec des camarades, il traverse la Guinée-Bissau pour se rendre au Sénégal. A Dakar, il réussit à prendre un bateau qui va à Marseille. Une fois en France, il rejoint la ligue de Paris pour continuer son combat contre la dictature

      Il reste quelques mois en France puis repart clandestinement au Portugal en 1932 pour continuer ses activités politiques et syndicales

      Cependant, après l’échec de la grève générale révolutionnaire lancée le 18 janvier 1934 par les anarchistes et quelques communistes, il s’exile en Espagne.
      Il n’arrête cependant pas le combat.

      Il revient encore au Portugal et participe à la tentative d’assassinat de #Salazar qui a lieu le 4 juillet 1937

      Salazar, Premier ministre depuis 1932, va tous les dimanches à la messe. Des opposants mettent une bombe dans les égouts, devant l’église où il se rend. Mais la bombe est mal placée et Salazar en sort indemne (en 1973, Carrero Blanco lui n’aura pas cette chance)

      Silvino Augusto Ferreira est arrêté en 1940 et reste 19 ans en prison. Il s’exilera de nouveau en France en 1960, fortement malade et diminué physiquement par son incarcération

      Après l’échec de 1931, le reviralho s’essoufle. Les exilés se déchirent souvent entre eux, de multiples tensions opposent certaines personnalités qui continuent de ruminer les échecs de la république et des différentes insurrections.

      De plus, en 1931, plusieurs exilés quittent la France pour aller en Espagne où s’est implantée la République le 14 avril 1931

  • Spatialités des mémoires

    Ce numéro de Géographie et cultures consacré aux spatialités des mémoires propose de poursuivre les voies ouvertes par de nombreux chercheurs appartenant à différentes disciplines des sciences sociales, et d’examiner comment la géographie contemporaine se situe dans le champ des #Memory_Studies.
    Si la mémoire, abordée dans ses dimensions individuelles et collectives, exprime d’emblée un rapport au passé, elle articule et produit conjointement de nombreuses interactions, entre soi et les autres, entre le temps et l’espace. La mémoire, plus ou moins visible et lisible, d’un passé réactivé, remodelé, nié ou instrumentalisé n’est pas sans lien avec des stratégies d’acteurs diversifiés. Qu’il s’agisse de mémoires institutionnalisées dans des #sites, #musées ou #mémoriaux, ou d’espaces dans lesquels les mémoires sont échafaudées à partir de traces, la (re)production d’#espaces_mémoriels s’organise autour d’une subtile articulation #identités/#mémoires/#territoires, laquelle rend compte d’une dialectique de l’#ancrage et de la #mobilité, fût-elle éphémère.
    Les articles de ce numéro thématique explorent différentes formes de productions (ou d’empêchement de productions) spatiales mémorielles liées aux diverses recompositions politiques, sociales et économiques qui affectent les sociétés.


    https://journals.openedition.org/gc/6318
    #mémoire #géographie

    Les articles :

    Dominique Chevalier et Anne Hertzog
    Introduction [Texte intégral]

    Laurent Aucher
    Devant le mémorial, derrière le paradoxe [Texte intégral]
    Réflexions sur les pratiques de visite au monument berlinois de la #Shoah
    In front of the memorial, behind the paradox:
    thoughts about practices of visiting the Berliner memorial of Shoah

    Thomas Zanetti
    #Matérialité et spatialité d’une mémoire meurtrie [Texte intégral]
    La reconnaissance mémorielle des #maladies_professionnelles des anciens verriers de #Givors
    Materiality and spatiality of a bruised memory: the memorial recognition of the occupational diseases of the former glassmakers of Givors

    Cécile Tardy
    Les infra-espaces des mémoires du Nord [Texte intégral]
    The infra-spacies of memories of the “Nord” region of #France

    Noémie Beltramo
    Le #territoire_minier [Texte intégral]
    Vecteur ou support de la mémoire de l’#immigration_polonaise ?
    The territory: vector or support of the Polish immigration’s memory?
    #migrants_polonais #extractivisme #mines

    André-Marie Dendievel et Dominique Chevalier
    Topos et mémoires des deux rives de La Loire amont (XVIIIe–XXe siècles) [Texte intégral]
    L’exemple de Chassenard (Allier) et Digoin (Saône-et-Loire)
    Topos and memories on both sides of the upstream section of the Loire River (XVIIIth‑XXth centuries AD): the example of #Chassenard (Allier) and Digoin (Saône-et-Loire)

    Patrick Naef
    L’escombrera de #Medellin [Texte intégral]
    Une #fosse_commune entre #reconnaissance et #oubli

    Sophie Didier
    #Droit_de_mémoire, Droit à la Ville [Texte intégral]
    Essai sur le cas sud-africain
    Right to memory, Right to the City: an essay on the South African case
    #afrique_du_sud

    Florabelle Spielmann
    Combats de bâtons de #Trinidad [Texte intégral]
    Fabrique géographique, sociale et culturelle de la mémoire
    Trinidad stick-fight: shaping memorial places through geographic, social and cultural spaces

    ping @reka @albertocampiphoto

  • Guide indigène de #détourisme de la vallée du #Gier

    « Objet littéraire non identifié, le guide indigène de détourisme de la #vallée_du_Gier a été écrit dans la vallée, la nôtre. C’est un #détournement. On prend le #guide_touristique, on en casse le code et on l’écrit nous-même, à notre façon. Fabriqué au fil des rencontres, il a été porté pendant deux ans entre #Givors et #Saint-Chamond par cette réunion bringuebalante d’habitant-e-s et de géographes en train de bricoler une méthodologie de recherche. Ce collectif disparate, discontinu, éphémère, à peine visible, déjà disparu, appelons-le le bureau de la main d’œuvre indigène. Il serait quelque peu amoureux de cette vallée. C’est lui, l’auteur du guide. »
    Auteur collectif et pluriel, le Bureau de la main d’œuvre indigène est un groupe informel « d’habitants habités ».


    http://www.alacriee.org/catalog/guide-indigene-de-detourisme-de-la-vallee-du-gier
    #tourisme #livre #contre-tourisme anti-tourisme (j’essaie ces termes...)
    ping @reka

  • #Les_Mohamed

    #Jérôme_Ruillier nous fait (re)découvrir l’#histoire de l’#immigration maghrébine à travers des témoignages poignants (en trois parties : les pères, les mères, les enfants), qui rendent compte de la quête d’identité et des effets au quotidien du racisme.

    – Comme il y a un après Maus d’Art Spiegelman qui a révolutionné les consciences, il y aura désormais un après Les Mohamed
    – Une réflexion sur la France d’aujourd’hui, ses évolutions, son métissage, ses peurs, ses nouvelles revendications d’égalité et de justice sociale
    – Un regard d’auteur courageux dans lequel Ruillier n’hésite pas à se mettre en scène avec ses propres doutes, ses interrogations


    http://editions-sarbacane.com/les-mohamed
    #BD #livre #migrations #Algérie #guerre_d'Algérie #France #accords_d'Evian #travailleurs_immigrés #enracinement #contingents #OS #ouvriers_spécialisés #boucs_émissaires #colonialisme #colonialisme #regroupement_familial #solitude #Renault #industrie_automobile #île_Seguin #chaîne_de_montage #syndicat #alphabétisation #analphabétisme #indifférence #retraite #aide_au_retour #nationalité #citoyenneté #second@s #Algérie #Maroc #Douai #Houillère #extractivisme #charbon #mines #Sagenorpa #logement #baraquements #baraques #travail #accidents_de_travail #souffrance #solitude #Givors #guerre_d'Algérie #loi_Stoléru #identité #ZUP #foyer #foyer_de_célibataires #Montfermeil #violence_domestique #sexualité #liberté #arabophobie #discriminations #racisme #xénophobie #mariage_forcé #alphabétisation #cours_d'alphabétisation #cité_de_transit #barbelé #frontières_urbaines #frontières_intra-urbaines #brigade_spéciale #HLM #Nanterre #bidonville #voile #aide_au_retour #17_octobre #police #violences_policières #marche_des_beurs #résistance

  • Les très coûteuses formations des élus communistes
    https://www.wereport.fr/articles/les-tres-couteuses-formations-des-elus-communistes

    Alors que la justice enquête sur un financement présumé illicite du Parti #communiste via un organisme de formation destiné aux élus, Mediacités publie le témoignage d’un conseiller municipal de #Givors qui affirme ne pas avoir assisté à des formations facturées à sa commune. Révélations sur un système. La suite à lire sur Mediacités Lyon (sur [...]

    #Enquêtes_et_reportages #Politique #financement_parti_politique #Formation_des_élus #métropole_lyon #PCF

  • Les très coûteuses formations des élus communistes

    Alors que la justice enquête sur un financement présumé illicite du #Parti_communiste via un organisme de formation destiné aux élus, Mediacités publie le témoignage d’un conseiller municipal de #Givors qui affirme ne pas avoir assisté à des formations facturées à sa commune. Révélations sur un système.


    https://www.mediacites.fr/lyon/enquete-lyon/2018/04/23/les-tres-couteuses-formations-des-elus-communistes
    #Cidefe

    un article signé Mathieu Périsse de @wereport

  • #maladie_professionnelle : « Les verriers de #Givors sont en quête de justice »
    https://www.mediapart.fr/journal/economie/071217/maladie-professionnelle-les-verriers-de-givors-sont-en-quete-de-justice

    Les anciens salariés de la #Verrerie de Givors tombent malades ou meurent, quelques années après la fermeture de leur usine. Et si le #Travail était la cause de leurs cancers ? Le sociologue et historien #Pascal_Marichalar raconte le long combat pour la reconnaissance de la maladie professionnelle des verriers, mais surtout l’implacable cécité du droit français dans les affaires de santé au travail.

    #Economie #BSN #cancer #cancérigènes #epidémiologie #faute_inexcusable #Franck_Riboud #OI_manufacturing #sante

    • Je découvre que les verriers cherchent à comprendre depuis 2009, et moi, ça m’intéresse de comprendre comment ils ont fait pour y arriver. C’est une enquête sur une enquête, en somme. Or dans ces affaires de santé au travail, la manière d’évacuer le débat démocratique est de dire que tout ceci est une affaire technique, d’experts : à partir de là, plus personne ne comprend rien. Chez les verriers, aucun d’entre eux ne connaissait vraiment ces questions. Il s’agit quand même d’un sujet qui mêle du droit, de la médecine, de l’épidémiologie, de la toxicologie… Ils ont beaucoup appris, et moi aussi à leur contact.

      https://justpaste.it/1ecpz

  • #Utopies_réalisées

    5 sites en région urbaine de #Lyon

    Partez à la découverte de 5 sites emblématiques de l’architecture XXe siècle, tous situés en région lyonnaise. Chacun d’eux raconte un chapitre d’une histoire passionnante, celle des grandes utopies sociales et urbaines du siècle passé.

    Ces utopies sont nées de la rencontre entre des architectes visionnaires et des maitres d’ouvrage audacieux, qui partageaient la conviction que l’architecture et l’#urbanisme modernes pouvaient contribuer à un monde meilleur.


    http://www.utopies-realisees.com

    #architecture #urban_matters #histoire #France #utopie #Villeurbanne #Eveux #Firminy #Givors #géographie_urbaine
    via @franz42

  • Vallée de la #chimie : la sourde colère des verriers

    Les cas de cancers et les décès se multiplient parmi les anciens verriers de #Givors, au sud de la métropole lyonnaise. Depuis la fermeture de l’usine en 2003, ils demandent réparation pour avoir été exposés à un cocktail de produits cancérogènes. Un combat judiciaire lancinant, dont la prochaine étape aura lieu le 13 septembre.


    https://www.mediacites.fr/lyon/enquete-lyon/2017/08/21/vallee-de-la-chimie-la-sourde-colere-des-verriers

    #cancers #santé #industrie_chimique #Lyon #France #paywall #justice

  • De #créteil à #Martigues, il faut « faire redescendre le pouvoir vers les citoyens »
    https://www.mediapart.fr/journal/france/260317/de-creteil-martigues-il-faut-faire-redescendre-le-pouvoir-vers-les-citoyen

    Le quartier du Mont-Mesly, à Créteil © Patrick Artinian Fin de parcours auprès d’un électorat de #gauche désabusé. L’accumulation des pouvoirs, le clientélisme et la corruption de quelques-uns déconsidèrent l’ensemble de élus, quand les citoyens, eux, doivent se débattre avec des pouvoirs publics de plus en plus distants.

    #France #abstention #démocratie #élection_présidentielle_2017 #électorat_populaire #FN #Givors #ouvriers #Pétrochimie #Transparence

  • Quand les élites déconsidèrent le travail
    https://www.mediapart.fr/journal/france/220317/quand-les-elites-deconsiderent-le-travail

    © Patrick Artinian La désindustrialisation, puis la mondialisation, ont laissé sur le carreau des centaines de milliers de Français à qui l’on n’offre désormais que des “Mac jobs”. La #gauche au pouvoir a participé de ces transformations, sans rien proposer comme alternative.

    #France #abstention #créteil #élection_présidentielle_2017 #électorat_populaire #FN #Givors #Martigues #ouvriers #Pétrochimie

  • Trois villes de #gauche et un sentiment d’abandon
    https://www.mediapart.fr/journal/france/190317/trois-villes-de-gauche-et-un-sentiment-dabandon

    Martigues, le chenal d’entrée dans l’étang de Berre © Patrick Artinian Au travers de trois villes françaises, #créteil, #Givors et #Martigues, nous sommes partis à la rencontre d’un électorat d’ouvriers, d’employés, de petits patrons d’industrie et de chômeurs, autrefois acquis à la gauche et qui, aujourd’hui, oscille entre l’abstention, la tentation des extrêmes et un rejet atterré de la politique.

    #France #abstention #élection_présidentielle_2017 #électorat_populaire #FN #ouvriers

  • #créteil, #Givors, #Martigues, trois villes de #gauche et un sentiment d’abandon
    https://www.mediapart.fr/journal/france/190317/creteil-givors-martigues-trois-villes-de-gauche-et-un-sentiment-dabandon

    Au travers de trois villes françaises, Créteil, Givors et Martigues, nous sommes partis à la rencontre d’un électorat d’ouvriers, d’employés, de petits patrons d’industrie et de chômeurs, autrefois acquis à la gauche et qui, aujourd’hui, oscille entre l’abstention, la tentation des extrêmes et un rejet atterré de la politique.

    #France #abstention #élection_présidentielle_2017 #électorat_populaire #FN #ouvriers

  • le commissariat de #Givors affiche ses sympathies pro-nazies (même pas néo) #antifa
    https://gauchedecombat.net/2016/07/01/le-commissariat-de-givors-affiche-ses-sympathies-pro-nazies-meme-pas

    Quelle surprise, d’apprendre par LyonMag que Deux cartes d’identité de la Milice Française, supplétif de la Gestapo nazie dans la traque des Juifs entre 1943 et 1944, sont épinglées au commissariat de Givors. Les cartes d’identité de la Milice sont affichées sur des panneaux de liège sous un drapeau représentant une tête de maure Corse […]

    http://0.gravatar.com/avatar/9faa4d044bbecc32a5bef02aba121599?s=96&d=&r=G

  • Usages de la #mémoire dans les projets de #renouvellement_urbain. Le cas des #espaces_hérités de l’#industrie_française

    Les projets de renouvellement #urbain sur des espaces hérités de l’#industrie constituent des #lieux d’observation privilégiés pour saisir les processus d’actualisation, de sélection et de transmission de mémoires. Considérant ces processus dans cinq villes françaises (#Saint-Etienne, #Nantes, #Clermont-Ferrand, #Givors et #Saint-Chamond), cet article interroge les différents contextes de mobilisation de la mémoire dans les #projets_urbains et invite à envisager ce qui pourrait justifier et construire des catégories générales à même d’instruire la comparaison, voire d’organiser une #typologie, ayant trait aux usages politiques et sociaux de la mémoire dans les projets d’#aménagement_urbain.

    http://articulo.revues.org/2464
    #ville #France

    • Le Rize de Villeurbanne tout comme cet article me semble typiques d’une intelligentsia culturelle qui, utilisant des concepts universitaires un peu verbeux pour parler du monde ouvrier ou de ce qu’il en reste, ne fait qu’accentuer la séparation qu’elle semble pourtant dénoncer.

      Derrière le jargon fumeux, le Rize est en fait un établissement municipal assez classique : une médiathèque, un lieu d’expo et les archives municipales. La dernière fois que j’y suis passé, il y avait une expo sur l’implantation religieuse dans la ville. Ce qui m’a frappé c’est qu’il n’y avait aucun lien entre la salle d’expo et les collections de la médiathèque. Aucune sélection de livres à emprunter provenant de la médiathèque ne venaient appuyer l’expo, c’était pourtant la moindre des choses étant donné l’ambition affichée du lieu. Le Rize est situé non loin de la médiathèque centrale de la ville et n’est pas du tout implanté dans un quartier laissé pour compte.

      Ce que pointe l’auteur est tout à fait vrai : il y a une sorte de mise en spectacle du monde ouvrier pour mieux acter de sa disparition. Mais heureusement, on nous informe de :

      la mise place d’un groupe informel, à l’initiative du directeur du Rize, regroupant outre lui-même, la responsable des expositions du Rize, une chargée de mission du service de l’urbanisme, une chercheure à l’inventaire du patrimoine, un président d’association et l’auteur de ces lignes. Ce groupe s’est emparé de la question du patrimoine villeurbannais, dans le contexte de révision du PLU-H, considérant qu’elle ne pouvait être traitée indépendamment de la question mémorielle et devait être mise en débat.

      Comme dans tous ces projets à saveur « participative » l’initiative part du haut, d’une élite qui maîtrise les « concepts » et rien n’est spontané. Il semblerait à la lecture de cet article que Villeurbanne soit une ville dortoir où les habitants complètement passifs sont sommés de se réveiller pour « participer » enfin aux grandioses initiatives des technocrates locaux. Où est l’éducation populaire ? Où est le lien ne serait-ce qu’avec les organisations syndicales locales qui ont bien sûr une mémoire mais qui sont encore bien vivantes ? À Villeurbanne comme à d’autres endroits, c’est une sorte de nomenklatura municipale qui prétend tout incarner. Et lorsque des initiatives plus alternatives comme par exemple le squat politique Le Boulon rue Verlaine se mettent en place, elles sont virées manu-militari.